A Farfetch, fundada pelo empreendedor português José Neves, já foi considerada a “Amazon da moda” e uma potência do varejo de luxo, vendendo bilhões de dólares em casacos, sapatos e bolsas.

Mas, nos últimos tempos, vinha convivendo com a desconfiança dos investidores. Tanto que, na semana passada, suas ações despencaram 47%. No auge, chegou a valer US$ 23 bilhões, em 2021. Hoje, está avaliada em US$ 250 milhões.

Em meio a esse cenário, a gigante sul-coreana de comércio eletrônico Coupang entrou na jogada para resgatar a companhia e evitar sua falência.

A companhia sul-coreana, que vale US$ 29,8 bilhões, fez uma oferta que injetará US$ 500 milhões de emergência na Farfetch. O acordo permite que a Farfetch evite a falência, depois de uma desaceleração do mercado de luxo, erros de fusões e aquisições e o alto custo da dívida colocarem em perigo as operações da plataforma.

A Farfetch tem diversos investidores. Entre eles, nomes conhecidos do mercado de comércio eletrônico como também do setor de luxo. O Alibaba, uma gigante de tecnologia chinesa é um deles, assim como a Artemis, uma holding da família bilionária Pinault, proprietária da Kering, e o Richemont, um grupo de luxo suíço.

O e-commerce luxo abriu o capital em setembro de 2018, quando levantou US$ 885 milhões. Em 2021 e 2022, a Farfetch se beneficiou do boom do comércio online, por conta da pandemia, e fechou no azul.

Mas, nos últimos quatro trimestres, voltou ao prejuízo. No segundo trimestre deste ano, a reportou perdas de 258 milhões de euros, em comparação ao lucro de 62 milhões de euros nos mesmo período de 2022.

As receitas, por sua vez, caíram para 526 milhões de euros e o Ebitda ajustado do grupo fechou em 28 milhões de euros negativos no segundo trimestre de 2023.

A divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2023 estava prevista para 29 de novembro, mas foi adiada. "A empresa espera fornecer uma atualização de mercado no devido tempo", divulgou a empresa, um comunicado, à época.