Os movimentos do UBS de troca de CEO e de resgate do Credit Suisse chamaram a atenção da Cevian Capital. A gestora sueca, que é um dos principais investidores ativistas da Europa, comprou mais € 1,2 bilhão em ações do banco suíço com a expectativa de que o valor das ações irá dobrar ao longo do tempo.

A previsão da empresa de capital de risco fundada em 1996 por Christer Gardell e Lars Förberg é obter um retorno de 100% dentro de um período de três a cinco anos. Com o aporte na operação, a gestora agora é um dos dez maiores acionistas do banco com sede em Zurique.

“Esta é a maior oportunidade no mercado de finanças global”, afirmou Förberg, em entrevista ao jornal britânic Financial Times (FT). “O UBS é avaliado como um banco europeu médio e não como um gestor líder de património global.” Além do UBS, a gestora também tem participação nos bancos Danske Bank, Swed Bank e Nordea.

Ao contrário de outros investidores ativistas que tentam ocupar cadeiras no conselho de administração das empresas para poder ter poder de voto em decisões relevantes, a Cevian prefere atuar de forma mais discreta. De acordo com o Financial Times, a gestora vai apoiar o chairman Colm Kelleher e o CEO Sergio Ermotti.

A tese da Cevian Capital, de que o IBS pode dobrar de valor, é baseada na comparação com outros pares do banco suíço ao redor do mundo  Principalmente dos Estados Unidos. O J.P. Morgan está avaliado em US$ 481,3 bilhões, enquanto o Morgan Stanley tem valuation de US$ 150,6 bilhões. O UBS está avaliado em US$ 97,5 bilhões.

Dentro da Cevian, a expectativa é de que o UBS possa ser mais rentável se conseguir aumentar o foco em wealth management. A intenção seria fazer isso explorando o mercado dos Estados Unidos.

“Do ponto de vista dos lucros e da avaliação, o UBS deveria realmente ser visto como um gestor de fortunas com licença bancária, e não como um banco com um negócio de gestão de fortunas”, disse Förberg. “A noção de que as grandes empresas não podem ser mudadas não é correta.”

Essa mudança no posicionamento do banco já tentou ser colocada em prática uma vez. Na década passada, o investidor ativista Knight Vinke pressionou o banco para a separação dos negócios de wealth management, mas não obteve sucesso.

A Cevian não é a única investidora que está apostando na alta das ações do UBS. Gestoras americanas como Fidelity e Capital Group também aumentaram suas participações na operação e agora estão entre os principais acionistas do negócio.

Por volta das 12h desta terça-feira, 19 de dezembro, ações do banco suíço estavam sendo negociadas com alta de 3,2% na Nasdaq.