Em maio deste ano, a Vale fechou um contrato para o fornecimento de níquel Classe 1 para a operação da Tesla, nos Estados Unidos, como parte da estratégia de ampliar sua exposição ao segmento de veículos elétricos. Seis meses depois, a empresa está embarcando outro nome de peso nesse pacote.

Nesta quinta-feira, 17 de novembro, o grupo brasileiro assinou um contrato de longo prazo para fornecer sulfato de níquel para a General Motors (GM), nos Estados Unidos, por meio da sua subsidiária Vale Canada Limited.

O contrato envolve o equivalente a 25 mil toneladas por ano, material que será usado nas baterias Ultium, da GM, destinadas aos veículos elétricos da montadora, um portfólio que inclui modelos como Chevrolet Silverado, Blazer e Equinox.

O volume incluído no contrato é suficiente para produzir e equipar aproximadamente 350 mil carros anualmente. Com início previsto no segundo semestre de 2026, as entregas serão feitas a partir de uma unidade da Vale a ser instalada em Bécancour, no Canadá.

“Este é um acordo importante para a divisão de metais básicos da Vale, que traz um parceiro-chave na GM nesta planta inédita no Canadá e na América do Norte”, disse, em nota, Deshnee Naidoo, vice-presidente executiva de metais básicos da Vale.

“O projeto de sulfato de níquel proposto utilizará níquel de alta pureza e baixo teor de carbono de nossas refinarias canadenses e é uma extensão natural para nossos negócios, oferecendo vendas diversificadas com entrada rápida e ponto de ancoragem no mercado americano de veículos elétricos”, acrescentou a executiva.

No comunicado, Doug Parks, vice-presidente executivo global de desenvolvimento de produto, compras e supply chain da GM, destacou o time “multidisciplinar” da montadora americana, que está centrado na construção de uma cadeia de suprimentos na categoria de carros elétricos.

“O trabalho deles já permitiu à GM assinar vários acordos para garantir a matéria-prima da bateria para uma capacidade anual de um milhão de veículos elétricos na América do Norte até 2025. Esse novo contrato com a Vale reforça a liderança na construção de uma cadeia segura e sustentável da categoria na região”, disse o executivo.

Como parte do acordo, a Vale e a GM concordaram em estudar parcerias para o desenvolvimento de tecnologia avançada e modelos de comercialização para recuperar metais reciclados.

A Vale fechou o terceiro trimestre de 2022 com uma receita líquida de R$ 52,08 bilhões, queda de 19,1% em relação ao mesmo período de 2021. Nessa base de comparação, o lucro líquido da companhia cresceu 15,5%, para R$ 23,2 bilhões.

As ações da companhia, avaliada em R$ 382,9 bilhões, estavam sendo negociadas com ligeira queda de 0,36% perto do fechamento do pregão desta quinta-feira na B3. Os papéis da GM, por sua vez, subiam 1,4% em Nova York por volta das 15h (horário local). A montadora está avaliada em US$ 55,1 bilhões.