A XP Inc. voltou a bater recorde na última linha do balanço no terceiro trimestre deste ano, após o resultado positivo do segundo trimestre. Entre julho a setembro, o lucro líquido foi de R$ 1,3 bilhão, alta de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 1% ante o segundo trimestre.
A captação total recuou em base anual, com destaque para o varejo. Já o índice de rentabilidade permaneceu praticamente estável na comparação com o mesmo período do ano passado.
O retorno sobre o patrimônio anualizado (ROAE) atingiu 23%, praticamente igual ao registrado um ano antes, mas abaixo dos 24,4% do segundo trimestre.
Os dados da XP agradaram os investidores. O desempenho das ações no pós-mercado da Nasdaq, por volta das 19h19, mostravam uma alta dos papéis de 3,59%, a US$ 18,75, após fecharem o dia com queda de 3%, a US$ 18,10. No ano, acumulam alta de 53,2%, elevando o valor de mercado a US$ 9,5 bilhões.
O balanço mostrou que a receita bruta subiu 9% em base anual, totalizando R$ 4,9 bilhões, com a empresa atribuindo o desempenho ao crescimento no segmento de atacado e pela expansão das iniciativas de cross-sell no varejo. No varejo, a receita cresceu 4% na base trimestral e 6% na anual, para R$ 3,7 bilhões.
A receita com grandes empresas e mercado de capitais somou R$ 729 milhões, alta de 33% ante o trimestre anterior e de 32% na comparação anual, com destaque para o aumento nas ofertas de renda fixa.
Os ativos de clientes totalizaram R$ 1,4 trilhão, crescimento de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 4% ante o trimestre anterior.
A captação líquida total foi de R$ 29 bilhões, queda de 14% na base anual, mas avanço de 204% ante o segundo trimestre. No varejo, a captação líquida somou R$ 20 bilhões, 30% maior que no trimestre anterior e 18% menor que no mesmo período de 2024.
Outro ponto sensível do trimestre veio do lado das despesas. Os custos operacionais avançaram 10%, para R$ 1,67 bilhão, pressionados sobretudo por despesas de pessoal, que cresceram 17% – e, dentro desse grupo, pelo salto de 34% nos bônus.
O take rate (rentabilidade do cliente) anualizado do varejo foi de 1,24%, 1 ponto base abaixo do trimestre anterior e 9 pontos base inferior ao mesmo período do ano anterior.
A base de clientes ativos chegou a 4,8 milhões, alta de 2% na comparação anual e de 1% ante o segundo trimestre. A rede de profissionais de investimentos totalizou 18,2 mil pessoas, queda de 1% na base anual e estabilidade na trimestral.
Nas demais linhas de receita do varejo, parte do esforço da XP para diversificar suas fontes, um dos destaques foi a área de fundos de previdência, cuja receita subiu 24% na base anual, para R$ 124 milhões.
A receita com cartões foi de R$ 341 milhões, alta de 13% em relação ao terceiro trimestre de 2024 e de 6% ante o segundo trimestre. O TPV (volume total de pagamentos) somou R$ 13,1 bilhões, crescimento de 9% na comparação anual e de 5% na trimestral.
Junto com os resultados, a XP anunciou que o conselho de administração aprovou o pagamento de cerca de R$ 500 milhões em dividendos e um novo programa de recompra de ações, com previsão de aquisição de até R$ 1 bilhão, ou o equivalente em dólares.