Fundado em 2013, o aplicativo americano Robinhood desafiou as corretoras tradicionais ao criar um modelo sem taxas para os interessados em investir em ações. O formato mostrou seu apelo ao arrebatar milhões de usuários, boa parte deles millenials e novatos no jogo do mercado de capitais.
Na esteira desse sucesso, a startup não para de atrair, na mesma medida, cifras milionárias dos investidores. Nesta segunda-feira, o Robinhood anunciou um aporte de US$ 200 milhões, liderado pelo fundo D1 Capital Partners, que já investiu em empresas como Instacart e GitLab.
“Estamos orgulhosos pelo fato de que mais pessoas estão usando o Robinhood para aprender como investir e gerenciar suas finanças”, afirmou, em comunicado, Vlad Tenev, cofundador e coCEO do Robinhood.
A nova injeção de recursos avalia a operação em US$ 11,2 bilhões e dá sequência a uma impressionante escalada que teve início em maio desse ano, quando o aplicativo captou US$ 280 milhões em uma rodada liderada pelo Sequoia Capital.
Há um mês, foi a vez dos fundos IVP e TSG Consumer Partners liderarem outro aporte na companhia, dessa vez, de US$ 320 milhões. No total, foram US$ 800 milhões levantados em 2020. Desde a sua fundação, o Robinhood atraiu US$ 1,7 bilhão em investimentos, distribuídos em 14 rodadas.
Para fontes citadas pela agência Reuters e pelo canal CNN, o próximo passo da empresa seria a abertura de capital. Atualmente, o Robinhood tem uma base de cerca de 13 milhões de usuários, sendo que ao menos três milhões deles passaram a usar o aplicativo nesse ano.
No comunicado divulgado sobre a nova rodada, a fintech destacou que, desde janeiro, a média de visitas diárias únicas às suas ferramentas de aprendizagem cresceu mais de 250% e que seus podcasts e boletins semanais têm, respectivamente, mais de 2 milhões de ouvintes e mais de 20 milhões de assinantes.
A companhia também ressaltou na nota que os recursos serão usados para a melhoria do produto e da experiência dos clientes. E observou que está contratando centenas de novos representantes de serviços financeiros em cidades como Southlake, no Texas, e Tempe, no Arizona.
“Estamos adicionando novos membros em todas as nossas operações para nos ajudar a reduzir o tempo de resposta, construir mais recursos de autoatendimento e aprimorar nossas ferramentas informativas e educacionais”, acrescentou a empresa, no comunicado.
No total, o Robinhood já atraiu US$ 1,7 bilhão em 14 rodadas de investimentos
A trajetória do Robinhood não é feita, no entanto, apenas de saltos substanciais na base de usuários e de cheques milionários de fundos icônicos. O modelo do aplicativo também é alvo de muitas críticas, especialmente daqueles que alegam que o formato traz informações superficiais para marinheiros de primeira viagem no mercado de capitais, uma atividade séria e de alto risco.
Essas alegações ganharam força há um mês, quando Alex Kearns, de 20 anos, tirou sua própria vida ao pensar ter perdido US$ 750 mil no aplicativo. O jovem americano tinha, na verdade, confundido o prejuízo potencial com o resultado de seu investimento total realizado por meio da plataforma.
Desde então, o Robinhood vem enfrentando questionamentos de autoridades nos Estados Unidos, que têm pressionado a empresa para que aprimore seu modelo e suas ferramentas. O caso também fez com que a companhia suspendesse o lançamento do aplicativo no Reino Unido, programado para julho, entre outros planos de expansão global.
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