No momento em que os investimentos em startups patina na Europa, a gestora de venture capital Atomico, criada pelo cofundador do Skype Niklas Zennström, levantou cerca de US$ 1,24 bilhão para apoiar empresas de tecnologia do Velho Continente.
Desse total, US$ 754 milhões serão destinados para empresas entre as fases Série B e pré-IPO, enquanto US$ 485 milhões serão repassados para o fundo que agregará empresas em early stage. A Atomico informou que já realizou 21 investimentos com os novos fundos.
O montante levantado pela gestora, fundada em 2006 e uma das primeiras a investir em nomes como Stripe e Klarna, representa um aumento de mais de 50% em relação aos US$ 820 milhões que conseguiu na última rodada que fez, em 2020, segundo o site CNBC.
No comunicado em que anunciou a rodada, a Atomico mostrou otimismo com as perspectivas do ecossistema de startups da Europa, foco da casa. Segundo a gestora, as companhias tech europeias totalizaram mais de US$ 3 trilhões em valor no ano passado, com o segmento capturando quase 30% dos fundos globais destinados para companhias early stage.
“O mercado de tecnologia europeu está amadurecendo”, diz Zennström, CEO da Atomico, em nota. “Aproveitar esta oportunidade requer ambição, empenho e comprometimento dos fundadores [de startups], que precisam de investidores com experiência e perspectiva para enxergar além dos ciclos de mercado.”
Se o futuro se mostra promissor, o presente na Europa ainda é nebuloso, com a rodada representando um respiro para o mercado de tecnologia europeu, que assim como o resto do mundo vem lidando com valuations em queda e demissões em massa.
Um estudo divulgado pela Atomico no ano passado apontou que os financiamentos do tipo VC no Velho Continente caíram 45,1%, em base anual, para US$ 45 bilhões.
A Atomico levantou recursos no momento em que dois de seus principais investimentos, Stripe e Klarna, têm seus nomes envolvidos em especulações a respeito de listagens em Bolsa. Desde que surgiu, a gestora já investiu em 155 empresas, de 15 países europeus, com um em cada seis nomes no portfólio contando com um valuation acima de US$ 1 bilhão.
A Stripe – recentemente avaliada em cerca de US$ 70 bilhões em uma operação de cash out envolvendo outro investidor seu, a Sequoia Capital, em julho deste ano – sempre tem seu nome presente na lista de potenciais IPOs.
A empresa contratou bancos para avaliar as condições de mercado no começo do ano passado, prevendo tomar uma decisão neste ano. Por enquanto, nada foi divulgado.
Já a Klarna, fintech de buy now pay later que chegou a ser a startup mais valiosa da Europa, discute uma rodada secundária para dar liquidez aos investidores, enquanto aguarda as condições para listar as ações em Bolsa, segundo apuração da CNBC.