O Goldman Sachs está encontrando no mercado de secundárias uma saída para a queda de IPOs nos Estados Unidos. Nos últimos meses, o banco americano vem demonstrando um apetite maior por este tipo de transação. Prova disso é a aproximação do banco de algumas startups.

Entre elas está a Canva. A plataforma digital de design realizou uma venda secundária de ações no mês passado. A operação envolveu US$ 1,5 bilhão em papéis negociados por investidores. O negócio fez a companhia australiana ser avaliada em US$ 26 bilhões.

O Goldman Sachs e o fundo canadense Ontario Teacher's Pension Plan foram os principais compradores, além do fundo soberano de Cingapura (GIC). Do lado vendedor estavam as gestoras AirTree Ventures e Blackbird Ventures, da Austrália; e Coatue Management, dos Estados Unidos.

O banco americano tenta ganhar em duas frentes. Além de comprar ações em uma aposta de que os papéis vão se valorizar no futuro, o Goldman Sachs também tenta organizar parte dessas transações para ser beneficiado com as taxas que são pagas aos bancos.

“As transações secundárias geram taxas semelhantes”, disse Tom Callahan, CEO da Nasdaq Private Market, que administra transações secundárias, para o The Information. Quando organizam as vendas iniciais de ações, os bancos contratados podem receber dezenas de milhões de dólares pelas transações realizadas.

Depois da Canva, o Goldman Sachs agora está mirando uma venda secundária da Figma. A companhia chegou a ser anunciada como a nova aquisição da Adobe, mas o negócio de US$ 20 bilhões não foi concluído por questões regulatórias.

Segundo o The Information, a startup, que também atua no mercado de design, está reunindo potenciais investidores para uma negociação de “centenas de milhões de dólares” em ações de investidores e funcionários que foram bonificados com ações da companhia. O deal pode avaliar o negócio em US$ 12 bilhões.

Esse tipo de negócio não é exatamente uma novidade no Goldman Sachs. Em março do ano passado e em fevereiro deste ano, o banco participou de duas rodadas de venda secundária de ações da Stripe, quando adquiriu participação na fintech.

Nas duas ocasiões, a companhia que opera com meios de pagamento foi avaliada em US$ 50 bilhões e, depois, em US$ 65 bilhões.

Além do Goldman Sachs, o Morgan Stanley também está de olho nas secundárias. Em dezembro, o banco foi o intermediário da venda secundária de ações da CoreWeave. O negócio movimentou cerca de US$ 642 milhões.

Gestoras como Pinegrove Capital Partners, Lexington Partners e StepStone também estão levantando dinheiro para novos fundos de investimento focados em rodadas secundárias.