Em meio a rumores de que poderia desacelerar os seus investimentos na América Latina, o Softbank está perto de dar uma sinalização de que não vai tirar o pé da região latino-americana.
O Softbank deve aumentar os investimentos na América Latina em US$ 2 bilhões, que vão se somar aos US$ 3 bilhões já divulgados. Agora, devem ser US$ 5 bilhões, o mesmo valor do primeiro fundo. A decisão para o aporte adicional está na mão de Masayoshi Son, o fundador do Softbank, que deve bater o martelo nos próximos dias.
Simultaneamente, Paulo Passoni e Shu Nyatta, que eram os dois managing partners do fundo do Softbank para a América Latina, estão deixando o comando da América Latina, uma mudança esperada pelo mercado desde que Marcelo Claure saiu do Softbank no começo deste ano.
No lugar de Passoni e Nyatta, o Softbank optou por uma solução caseira. Alex Szapiro, que era head do Brasil e operating partner, está se tornando managing partner. Juan Franck, que era sócio e head de investimento do México, está também assumindo essa função – ele está na gestora desde 2019 e liderou investimentos na Kavak, Konfio e Merama.
Michel Combes, por sua vez, está sendo oficializado como o número 1 do fundo da América Latina. Ela já estava interinamente nesta função desde a saída de Claure, de quem era o homem de confiança.
Combes responderá ao indiano Rajeev Misra, que comanda o Vision Fund – o fundo da América Latina ficará debaixo do fundo principal do Softbank, que tem US$ 140 bilhões em ativos sob gestão.
Passoni e Nyatta, que estão deixando o Softbank, devem se unir para montar uma nova gestora para investir em growth na América Latina. Apesar de ser um fundo de growth, ele não competirá com o Softbank.
"Somos imensamente gratos ao Masa pela oportunidade que ele nos deu", disse Passoni, ao NeoFeed. "Ele mudou a cara do venture capital na América Latina. Esperamos poder investir juntos na região no futuro."
O novo fundo da dupla que está deixando o Softbank não tem nenhuma relação com Claure. No mercado, há rumores de que Claure, quando acabar o prazo de non-compete com o Softbank, deve ter também o seu próprio fundo para investir em startups.
Essa é a mais recente mudança do Softbank desde que Claure deixou o fundo de Massa, como é conhecido o fundador do Softbank. Na semana passada, o Softbank divulgou que não iria mais investir diretamente em startups em early stage, uma estratégia anunciada em setembro do ano passado.
Rodrigo Baer e Marco Camhaji estão criando a Upload Ventures em conjunto com Norberto Giangrande que terá o Softbank como o principal limited partner (LP). O fundo de Masa se comprometeu a investir US$ 100 milhões por ano na nova gestora – a expectativa é que coloque US$ 300 milhões nesta iniciativa.
Neste ano, o Softbank já fez investimentos estimados em US$ 250 milhões em novos aportes e follow ons na América Latina. No ano passado, ele anunciou seu segundo fundo de US$ 3 bilhões, que deve ganhar mais recursos a partir de agora.
Na América Latina, o Softbank se tornou um investidor importante e responsável por criar o maior celeiro de unicórnios da região, como são chamadas as startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão.
Fazem parte do portfólio do Softbank diversos unicórnios, como Rappi, QuintoAndar, Kavak, MadeiraMadeira, Loft, unico, Mercado Bitcoin, Merama, Creditas, Gympass, entre outras startups. O Softbank também investiu em empresas públicos, como o Banco Inter, Afya, Dotz e Nubank.