Meca da inovação, o Vale do Silício é conhecido por ser o maior berço de unicórnios – as startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão – do mundo. O nome mais recente a alcançar esse status também nasceu na região. Mas foi forjado em um segmento incomum para boa parte dos seus pares.
A mais nova integrante dessa lista é a startup de mineração KoBold Metals. O bilhete da companhia para ingressar nesse clube veio na forma de um cheque de US$ 195 milhões, assinado por alguns dos principais representantes da indústria de venture capital e de tecnologia.
Liderado por uma divisão da T.Rowe Price, o aporte avalia a companhia em US$ 1,15 bilhão e inclui a Andreessen Horowitz (a16z)e a Breakthrough Energy Ventures, comandada por Bill Gates, que já investiam na operação. Assim como a empresa de capital de risco Bond Capital, a Mitsubishi e a BHP.
Fundada em 2016, em Berkeley, na Califórnia, por Josh Goldman, Kurt House e Jeff Jurinak, a KoBold Metals havia levantado, até então, US$ 212,5 milhões em outras duas rodadas, que contaram com a participação de investidores como Canada Pension Plan Investment, Apollo Projects e Equinor Ventures.
Por trás da atração dessas cifras e investidores está o modelo proposto pela empresa. A KoBold usa recursos de inteligência artificial para minerar metais como cobre, lítio e cobalto, aplicados em iniciativas relacionadas à transição energética.
Com o novo aporte, a startup também reforça o interesse crescente por investimentos conectados a uma economia mais sustentável, o que envolve projetos em segmentos como a produção de baterias para veículos elétricos, hidrogênio verde e tecnologias para reduzir a pegada de carbono.
Nessa direção, a KoBold usa recursos como ciência de dados e machine learning para mapear depósitos de cobre, níquel, cobalto e lítio. Atualmente, a empresa mantém 60 projetos com essa abordagem na América do Norte, na Austrália e na África, em parceria com grupos como Rio Tinto e BHP.
Um dos principais destinos da rodada deve ser a iniciativa que a companhia está desenvolvendo na Zâmbia. O projeto em questão teve início com a compra de uma fatia majoritária em uma reserva de cobre localizado no país localizado no sul da África, em um acordo de US$ 150 milhões.
Em entrevista ao The Wall Street Journal, Kurt House, cofundador e CEO da startup, ressaltou que parte do investimento também será aplicado em projetos de exploração de níquel e de lítio, além da pesquisa & desenvolvimento em software e equipamentos.
“As taxas de sucesso na descoberta de novos depósitos estão diminuindo”, afirmou House ao jornal americano. “É difícil ver como, na configuração atual, obteremos descobertas suficientes a tempo e sem avanços tecnológicos.”