Os últimos dois anos foram terríveis para a indústria de fundos ativos, que perdeu R$ 290 bilhões, segundo dados da Anbima. Um reflexo de um cenário de juros altos, que garantiu retorno elevado com baixo risco, bem como da incapacidade dos gestores de conseguirem resultados acima do principal bechmarck do mercado: o CDI.
Mas os gestores têm a oportunidade de dar a volta por cima em 2024. Não só o CDI está caindo, como os investimentos isentos estão diminuindo sua participação no mercado. Com isso, os ativos de risco tendem a performar bem.
“Vemos um melhor cenário para a indústria de gestão ativa no Brasil. Os números dos últimos dois meses já apontam isso, com diminuição de resgates. Como nem todo mundo vai capturar isso, haverá os vencedores”, afirma Adilson Ferrarezi, head de soluções de investimento da Bradesco Asset, com cerca de R$ 70 bilhões sob gestão, em entrevista ao programa Wealth Point, do NeoFeed.
Na visão dele, os gestores que tiverem um olhar mais criterioso para gestão de risco, grandes volatilidades, draw down (diferença entre a performance maior e a menor no ciclo curto) e tiverem consistência irão reconquistar o mercado.
“O Brasil é um país de ciclo curto. Não adianta buscar a bala de prata, tem que capturar uma oportunidade agora para gerar bom retorno neste ciclo, e antever a sua mudança”, diz Ferrarezi.
A indústria de fundos local está passando por uma transformação. E acompanhar as tendências mundiais é fundamental. Nos Estados Unidos, a indústria de gestão passiva acabou de superar o volume total da gestão ativa.
A razão para isso é a dificuldade dos gestores conseguirem bater o benchmark. E, quando conseguem, custa caro para o cotista, pois os ganhos vão se diluindo ao longo do tempo com o pagamento das taxas de perfomance. Por isso, os gestores ativos estão se reinventando para serem mais eficientes.
“Há uma tendência dos gestores focarem em fundos nichados para conseguir um diferencial, usar a inteligência artificial para ajudar a coletar informações e tomar decisões. Uma busca por melhorar processos e o serviço entregue”, afirma Ferrarezi.
Para conseguir trazer para os seus clientes produtos que serão bem-sucedidos nos próximos anos em meio a essas transformações no Brasil e no exterior, a área de soluções de investimento da Bradesco Asset está se modernizando, um processo que começou há dois anos e está trazendo uma nova proposta de investimento.
A prateleira de produtos está sendo revisitada, com um programa de investimento em fundos alternativos e com o aumento das opções de fundos de fundos, que já entregam para os clientes os melhores multimercados e os gestores internacionais, segundo a sua curadoria. O próximo lançamento será um fundo de fundos de hedge funds.
“Com tantas opções no mercado, e tantas que ainda vão vir, não queremos ser um supermercado, mas um empório, com os melhores produtos já selecionados pela nossa curadoria. Para que o cliente confie em nós, esse trabalho cada vez mais difícil de selecionar os bons e longevos gestores que terão os melhores resultados no longo prazo”, afirma Ferrarezi.