A Bradesco Asset trouxe a gestora americana de private equity Riverwood Capital, com cerca de US$ 6 bilhões sob gestão, para o Brasil através de um feeder fund do fundo Riverwood Capital Partners Latam II, o segundo fundo voltado para empresas na América Latina.

A estratégia da Riverwood é investir em empresas médias de tecnologia com alto potencial de crescimento (growth), em várias regiões do mundo. Exemplos de empresas já investidas são a RD Station, Gupy e a Vtex. Esse é o quarto fundo da gestora de private equity fundada em 2008, por Francisco Alvarez-Demalde e Jeffrey Parks (ex-KKR).

A estratégia global ultrapassou o seu target de captação de US$ 1,5 bilhão e alcançou US$ 1,8 bilhão. O fundo pretende investir entre 20 e 30 empresas, dos quais entre 10 e 15 serão na América Latina.

“A Riverwood acredita bastante no potencial da América Latina para empresas de tecnologia e, por isso, tem uma exposição relevante na região”, afirma Luiz Eugênio Figueiredo, gestor de investimentos alternativos da Bradesco Asset, em entrevista ao NeoFeed.

De acordo com ele, esse é um momento único de investimento em empresas na América Latina, devido a alta taxa de juros e o baixo valuation das empresas. "E estamos levando essa oportunidade para os nossos grandes investidores sofisticados”, diz Figueiredo.

Ampliando a oferta de alternativos

A área de soluções de investimento do Bradesco tem hoje R$ 70 bilhões sob gestão e conta com 192 gestoras parcerias, além dos fundos da Bradesco Asset.

A distribuição do fundo de private equity americano é mais um passo do Bradesco na oferta de produtos alternativos, que começou em 2020 e, no ano passado, iniciou no private equity e venture capital com o lançamento do fundo de fundos (FoF) Explorer, que levantou R$ 250 milhões e investiu em 21 gestores com foco em Brasil e América Latina.

Agora, o FoF está em busca de cotas de fundos no mercado secundário e em co-investimentos com outras gestoras para agregar mais retorno aos seus investidores.

“Abrimos a nossa plataforma para terceiros em 2015 e, desde então, estamos montando uma grade completa para nossos clientes. Começamos com a oferta de fundos internacionais e agora estamos focando nos fundos alternativos”, afirma Adilson Ferrarezi, head de investment solutions da Bradesco Asset.

Antes do Bradesco, o único banco de grande porte que oferecia uma grade de investimento em private equity e venture capital era o Itaú, cujo Fund of Funds tem uma área voltada para investimento alternativo desde 2017. No ano passado, o Santander Private fez sua primeira emissão no segmento. Agora, há uma tendência de crescimento nessa oferta – e o Bradesco não quer ficar atrás.

Outros lançamentos de feeder monogestor estão no radar. Mas a grande aposta do Bradesco está no lançamento no início do ano que vem de um fundo de fundos global de private equity e venture capital e de um fundo de fundos global em hedge funds. A ideia é dar acesso a nomes reconhecidos de infraestrutura, florestal e de venture capital no Brasil e exterior.

Da esq. à dir: Adilson Ferrarezi, head de investment solutions, e Luiz Eugenio, gestor responsável pelo programa em investimentos alternativos da Bradesco Asset

"Estamos montando um programa de investimento em alternativos, para que não seja mais uma alocação sob demanda de algum cliente específico, mas algo estruturado para estar no portfólio. Seja via FoF ou acesso a fundos reconhecidos no mercado, o objetivo é ativamente buscar as melhores oportunidades com curadoria Bradesco ao longo do tempo , diz Ferrarezi.

Segundo ele, o Brasil está em um estágio do ciclo econômico propício para iniciar ou expandir um programa em investimentos alternativos pela queda na taxa de juros no Brasil e topo nos principais países no exterior. E também pelos preços atrativos que as empresas se encontram dado taxa de desconto alta e necessidade de caixa por parte das empresas privadas em ultrapassar essa maré do ciclo atual.

Além disso, essa é uma classe em que o investidor brasileiro está muito sub-alocado. "Queremos que os nossos clientes tenham entre 5% a 15% do seu portfólio nela, dependendo do tamanho do seu patrimônio e do seu apetite a risco”, afirma Ferrarezi.