A gestora ARX Investimentos, controlada pelo BNY Mellon desde 2008, chegou a mais de R$ 40 bilhões sob gestão com uma estratégia que mistura renda variável, multimercados, crédito privado, imobiliário e DI.
Atualmente, o crédito privado, que começou em 2018, tem mais de R$ 30 bilhões sob gestão. Mas é na renda variável, com aproximadamente R$ 4,5 bilhões, que reside a tradição da casa, que surgiu em 2001 apostando nessa classe de ativos.
E, neste espaço, a ARX desenvolveu uma estratégia de preservação de capital que pode ser resumida em três caixinhas, como diz Rogério Poppe, CEO da gestora, em entrevista ao Café com Investidor, programa do NeoFeed que entrevista os principais investidores do Brasil.
“A diversificação não é só entre produtos, mas também dentro das carteiras, com três caixinhas: conservadora, cíclica e stock picking”, diz Poppe. "Essa estrutura nos permite navegar por diferentes cenários econômicos com mais segurança e consistência."
A primeira das caixinhas é a conservadora, que inclui empresas que são boas geradoras de caixa e fortes pagadoras de dividendos. Nesse quesito, a preferência é por empresas do setor elétrico e de telecomunicações, como Axia Energia (ex-Eletrobras), Copel, Vivo e TIM. Os bancos, como Itaú e Bradesco, entram também neste bloco.
Na segunda caixinha estão as companhias que estão se beneficiando do ciclo econômico. “São empresas das quais gostamos da gestão, do management, da qualidade do negócio e que estão posicionadas de forma positiva no ciclo econômico”, diz Poppe.
Com a perspectiva de queda de juros, a ARX voltou a se posicionar em companhias de consumo discricionário, como Renner, Localiza e Azzas 2154. “O preço justifica voltar a investir nessas empresas, mesmo que estejamos em um cenário incerto”, afirma o CEO da ARX.
E, por fim, vem a caixinha do stock picking, formada por empresas nas quais Poppe acredita que têm valor potencial alto e estão em processo de reduzir alavancagem, mudar a estratégia ou o management.
Nesse caso, a aposta da ARX é a Embraer, companhia que passou por diversas turbulências nos últimos anos (fim do negócio com a Boeing, pandemia e tarifaço dos EUA).
“Conheço a qualidade dos ativos da empresa. Ela tem gestão e é muito difícil de replicar”, diz Poppe, justificando o investimento na fabricante de aviões brasileira. Neste ano, as ações da Embraer subiram quase 50%.
Neste programa, que você assiste na íntegra no vídeo acima, Poppe explica por que a companhia tem um horizonte de investimento de dois a três anos, detalha sua tese de investimento e diz o que está comprado e vendido no mercado.