A indústria de assessoria de investimentos virou a chave quando a EQI, até então um dos maiores escritórios da XP, decidiu se unir ao BTG para ser uma corretora em 2020. Até então, ninguém tinha pensado nessa possibilidade; depois do marco, outras assessorias fizeram o mesmo e outras até já voltaram atrás.

Juliano Custodio, CEO da EQI, afirmou ao Wealth Point, do NeoFeed, que não tinha a consciência que estava mudando estruturalmente o mercado de assessoria. Ele só queria resolver um problema:

“Precisávamos de capital para crescer e eu via um monte de startup recebendo várias rodadas e capital. Eu ia conversar com investidores, mas como assessoria eu não podia”, diz ele.

Isso hoje mudou, com a nova regulação de assessoria de investimento que entrou em vigor em 2023, que permitiu que os escritórios tenham sócios capitalistas, entre outras mudanças. E se fosse hoje Custódio não teria tido pressa para se tornar uma corretora.

Mas, agora que é uma, a EQI está ampliando as suas linhas de negócio. Como corretora está plugando escritórios no seu B2B e está em busca de um time para construir uma corretora para o mercado institucional. E também está buscando um family office para avançar no segmento de grandes fortunas.

“Estamos em busca de uma gestora de patrimônio com cerca de R$ 2 bi a R$ 3 bilhões que tenha uma pegada mais acelerada, como nós, para crescer conosco. O cliente de mais de R$ 1 milhão já temos, mas no acima de R$ 30 milhões, ainda não performamos bem”, conta Custodio.

Com as novas frentes, e aquisições, a EQI pretende chegar a R$ 50 bilhões sob custódia até o fim de 2024. Mas terá de enfrentar os ainda altos juros básicos, que beneficiam os grandes bancos.

“Os bancos conseguiram se reformular muito bem. São um transatlântico, demoraram, mas conseguiram fazer a curva. E estão com produtos muito competitivos. E com os juros altos, eles têm vantagem”, afirma o CEO da EQI.

Mas isso só torna o desafio melhor para a EQI como corretora. Para Juliano, o mercado de weath management pode ser de 40% a 50% independente nos próximos 20 anos, onde poderão ter outros escritórios virando corretoras como a EQI.

“Eu acredito que terão dois tipos de escritórios, os muito pequenos e os muito grandes. Os médios vão se juntar para virar grandes. E, ao longo do tempo, outros grandes vão virar corretora. Talvez posterguem bastante, porque é um grande desafio, mas eventualmente irão”.