A Thyssenkrupp vai investir € 3 bilhões em sua primeira linha de produção de aço movida a hidrogênio verde, contou Paulo Alvarenga, CEO da multinacional para a América do Sul, em entrevista durante o NeoSummit COP30.

Segundo Alvarenga, a empresa pretende converter o primeiro alto-forno para essa tecnologia entre 2027 e 2028, reduzindo em 95% as emissões dessa unidade. A meta é concluir, de forma gradual, a conversão das quatro linhas de produção até 2045, quando a siderúrgica espera zerar suas emissões de carbono. O executivo acrescentou que, já em 2030, a Thyssenkrupp prevê uma redução de 16% nas emissões globais.

Alvarenga ressaltou que o Brasil é tido como mercado estratégico no plano global de descarbonização da companhia. O País foi o primeiro fora da Alemanha a receber uma fábrica da companhia, 188 anos atrás.

“O Brasil sempre teve um papel importante dentro da trajetória do grupo. Então, hoje o país tem aqui três grandes áreas de atuação: autopeças, defesa naval e tecnologias de descarbonização, que conversa muito com o tema da COP”, disse ele no evento do NeoFeed.

Alvarenga também opinou que o Brasil tem muitos fatores para se tornar uma potência verde global. “O Brasil tem energia renovável abundante, barata e competitiva, além de minério de ferro. Essa combinação viabiliza a produção de aço de baixo carbono com hidrogênio verde”, afirmou.

Em meio a um cenário internacional desafiador, com as tarifas impostas pelos Estados Unidos exigindo reorganização das cadeias produtivas, Alvarenga ratificou que a multinacional mantém o objetivo de reduzir seu impacto ambiental e tem o Brasil como peça estratégica para a transição energética da siderurgia.