A Vale quer aproveitar a COP30, que acontecerá em novembro, em Belém do Pará, para reforçar a imagem de companhia alinhada à agenda global de descarbonização. A mineradora pretende apresentar seus projetos para mostrar que é possível extrair riquezas naturais com preservação ambiental e impacto social positivo.
“Preservamos 800 mil hectares, o equivalente a cinco vezes a cidade de São Paulo, e utilizamos apenas 3% dessa área”, destacou o CEO Gustavo Pimenta, em entrevista durante o NeoSummit COP30, evento do NeoFeed. Em paralelo à conferência, a Vale acelera planos de crescimento em duas frentes: minério de ferro de alto teor e cobre.
“Estamos muito focados em minério de ferro de alto teor, fundamental para a descarbonização da cadeia siderúrgica. Temos um plano de chegar a 360 milhões de toneladas”, disse Pimenta, lembrando que a produção atual gira em torno de 330 milhões de toneladas. No cobre, a meta é dobrar a capacidade de 350 mil toneladas anuais ao longo da próxima década.
Com presença de quatro décadas na região de Carajás, a mineradora quer usar sua experiência local para ganhar ainda mais visibilidade internacional. Pimenta acredita que o projeto de Carajás, que define como a maior mina a céu aberto de minério de ferro do mundo, pode ser um exemplo de “desenvolvimento econômico que combina preservação ambiental e cuidado social”.
Para o executivo, a COP30 é também uma oportunidade para o Brasil se colocar como ator-chave na transição energética global. “O Brasil é uma potência energética e mineral. Temos a tabela periódica no nosso território. A descarbonização do mundo passa necessariamente pelo Brasil, oferecendo biocombustíveis e minerais de transição energética”, afirmou Pimenta.
Em sua visão, as soluções sustentáveis já estão testadas e agora precisam ser aceleradas. “As soluções tecnológicas, de biocombustíveis, já estão testadas e provadas. A questão é como a gente acelera esses casos e como começa a implementar de forma mais rápida esses modelos de sucesso. Os agentes públicos precisam se organizar com a iniciativa privada, mas estou confiante que a COP vai ser uma plataforma para esse debate”.