A participação do C&A Pay, o cartão de crédito digital da C&A, cresceu sete pontos percentuais, para 25%, entre todas as modalidades de pagamento em 12 meses. De janeiro a março deste ano, a receita desse meio de pagamento próprio foi de R$ 110,6 milhões.

“Esses cartões participam com, aproximadamente, 25% do faturamento da empresa. Obviamente que tem a dimensão do crédito, mas o C&A Pay intensifica o relacionamento com o cliente. E esse é, para mim, o grande elemento da equação”, diz Paulo Correa, CEO da C&A, em entrevista ao Números Falam, do NeoFeed.

Lançado em dezembro de 2021, o C&A Pay saiu de uma base zero para 5,5 milhões de cartões digitais emitidos em 27 meses. No primeiro trimestre deste ano, foram adicionados 496 mil novos cartões - um aumento de pouco mais de 84% em 12 meses.

“Estamos falando de nove trimestres que estamos operando o Pay. Não acredito que vamos crescer 10% nos próximos trimestres, mas claramente é uma história muito interessante”, afirma o CEO da C&A.

A importância do C&A Pay para a rede varejista fica clara no nível de consumo. O gasto anual com ele é 50% maior em comparação a quem não tem o cartão próprio da companhia.

Como o C&A Pay é totalmente digital, o cliente precisa entrar no aplicativo da rede varejista para pagar a fatura (uma compra pode ser parcelada em até cinco vezes). Essa é a chance que a C&A tem encontrado para estabelecer um diálogo com seus consumidores.

“De algum jeito eu posso gerar algum tipo de estímulo para você ter uma conexão com alguma necessidade daquele momento. O Pay tem um elemento mais importante que só o crédito”, diz Correa.

Se o cartão de crédito próprio vem ganhando importância dentro da C&A, os eletrônicos estão diminuindo sua participação no mix de produtos. No primeiro trimestre de 2024, a rede fechou 128 quiosques que vendiam, essencialmente, celulares e smartphones.

A decisão da gestão da rede varejista é ficar em vestuário e beleza e diminuir a representatividade dos eletrônicos que são 100% comparáveis e sensíveis a preço. A categoria de produtos de beleza, por exemplo, foi lançada em 2019 e hoje está presente em 274 das 332 lojas.

“A ideia é garantir uma rentabilidade maior para o negócio. E a de eletrônico é menor, com um nível alto de competição. Temos olhado, loja por loja, a dinâmica dessa categoria”, afirma o CEO da C&A.

A avaliação da rede varejista passa pela receita gerada pela categoria e o número de metros quadrados que ela ocupa dentro daquela loja em comparação à despesa direta. Se o resultado for desfavorável, a decisão é mudar o segmento para outro que possa contribuir mais no resultado.

A gestão operacional somada à gestão financeira possibilitaram uma redução da alavancagem, medida pela dívida líquida sobre o Ebitda ajustado, de 4 vezes para 1,5 vez.

Com valor de mercado de R$ 3 bilhões, a ação da C&A acumula valorização de 29,1% em 2024, até quarta-feira, 5 de junho. Em 12 meses, o papel CEAB3 sobe 90,4%.