A Lojas Renner está transformando tudo em SKU. A sigla que em português significa unidade de manutenção de estoque é a medida que a rede varejista está utilizando no seu novo centro logístico de Cabreúva, no interior de São Paulo, para distribuir os produtos em todas as suas 630 lojas.
O projeto, que teve um investimento total de R$ 750 milhões, foi totalmente concluído em agosto deste ano. Para a rede varejista, a operação baseada 100% em SKU é um novo modelo de abastecimento que dá agilidade e precisão a todo o processo.
“Esse novo modelo já ajudou no terceiro trimestre e tem todo um potencial para fazer com que sejamos mais ágeis e precisos nos próximos trimestres”, diz Daniel Santos, CFO da Lojas Renner, ao Números Falam, programa do NeoFeed que tem o apoio do Santander Select.
“A venda por SKU, que é a mesma unidade que o consumidor compra, nos permite ser muito mais precisos no abastecimento das lojas. É o produto correto dentro da loja no momento correto”, complementa.
O terceiro trimestre de 2024 marcou o quarto trimestre consecutivo de crescimento nas vendas. A receita líquida de varejo foi de R$ 2,95 bilhões de julho a agosto deste ano, uma expansão de 12,1% sobre o mesmo período do ano anterior.
Com o aumento do giro dos estoques e a redução dos itens antigos, a margem bruta da Renner aumentou 1,1 ponto percentual em 12 meses, para 54,7% no terceiro trimestre de 2024.
Melhorar a eficiência e reduzir o tempo de distribuição dos produtos significa acompanhar as tendências da moda e conseguir converter rapidamente a demanda. Essa agilidade dá a capacidade para uma rede varejista produzir boa parte da coleção dentro da estação do ano.
Com o novo centro de distribuição, a Renner quer baixar o seu lead time, ou seja, o tempo que leva da chegada do pedido do cliente até a sua entrega.
Nas contas da rede varejista, o novo modelo de abastecimento via SKU vai permitir uma redução de 30% a 40% do lead time que a empresa tinha anteriormente.
“Com 100% de SKU e com o lead time menor, o ganho total de eficiência vai acontecer ao longo do ano de 2025”, diz o CFO.
A partir do primeiro semestre de 2025, a Renner vai fazer a migração de toda a sua operação digital para dentro do CD de Cabreúva. Ao colocar essa operação em conjunto com a das lojas físicas, a companhia enxerga uma oportunidade de reduzir custo de manuseio, armazém e ganho de escala do negócio.
Com todas as unidades de negócio juntas, há caminhões saindo e distribuindo produtos de Renner, Camicado ou Youcom para o Brasil todos os dias.
“Há otimização na distribuição, pois dá para “pegar carona” para o retire em loja ou para algum ponto de entrega próximo a uma loja antes de fazer o last mile”, afirma Santos.
A ação LREN3, da Lojas Renner, acumula valorização de 0,5% em 2024, até 4 de dezembro, ante queda de 5% do Ibovespa. O valor de mercado da companhia é de R$ 15,2 bilhões.