A Lojas Renner precisou “brigar” com a natureza para conseguir trazer bons resultados no segundo trimestre. Afetada diretamente pelo clima mais quente visto em todo o País, a empresa, que tem forte presença nas regiões Sul e Sudeste, apresentou números mais fracos no início do trimestre, que foram compensados pelos dois últimos meses.
Assim, a Renner reportou crescimento de 37% em seu lucro líquido, que totalizou R$ 315 milhões no trimestre encerrado em julho. A margem bruta da companhia avançou 2,3 pontos percentuais (p.p) e a receita líquida cresceu 3,2% na comparação anual, atingindo R$ 3 bilhões.
“A primeira metade do semestre foi bastante desafiadora para nós. Fomos pegos de surpresa por eventos climáticos bastante extremos como o calor excessivo no outono e começo de inverno e as enchentes no Rio Grande do Sul, estado que hospeda a nossa sede”, diz Fabio Faccio, CEO da Renner, ao NeoFeed. “Além disso, estávamos na fase final de organização do nosso novo centro de distribuição, o que tornou o processo ainda mais complexo.”
Porém, na visão do CEO, isso só mostra como a operação está cada vez mais estruturada. “Poder olhar para o semestre e ver que tivemos crescimento em meio a toda essa situação é muito gratificante”, diz Faccio.
Apesar dessa situação, as vendas das mesmas lojas (SSS) da Renner atingiram 2,7% no trimestre e a base de clientes ativos avançou para R$ 18,9 milhões.
A posição de caixa da companhia se manteve estável em comparação ao trimestre passado, com R$ 2,4 bilhões disponíveis. O caixa líquido também permaneceu inalterado, com endividamento de R$ 1,1 bilhão.
Para o CFO da Renner, Daniel dos Santos, esse números foram possíveis pelo esforço da companhia em melhorar os seus estoques. “Nós tivemos uma forte redução nos estoques mais antigos, o que nos ajudou a não acumular peças e, consequentemente, evitar as liquidações”, afirma.
“Assim, nós conseguimos equacionar as nossas novas coleções com os estoques e estamos preparados para os próximos trimestres serem mais positivos nesse quesito", completa o CFO.
Santos também destaca uma melhora na qualidade da carteira de crédito, com redução na inadimplência em 3,2 p.p. nos três meses.
Entre as marcas do grupo, a receita líquida da Youcom cresceu 18%, enquanto as vendas da Camicado avançaram 9,3% no período.
Para os próximos meses, o CEO e CFO afirmam estar otimistas com os números. Para Faccio, as vendas já estão vindo acima do esperado no primeiro mês do terceiro trimestre. Além disso, o executivo ainda afirma que o setor como um todo tem se mostrado resiliente apesar das últimas novidades na economia.
“Nós já passamos por taxas de juros muito mais desafiadoras e, apesar de torcemos para que elas caiam o mais rápido possível, as perspectivas para o setor como um todo são boas e estamos levemente acima das nossas expectativas", complementa o CEO.
Na B3, a ação LREN3 está em queda de 15,75% no ano. O valor de mercado da companhia é de R$ 13,9 bilhões.