O Silicon Valley Bank (SBV) era a instituição financeira referência para startups de todo o mundo. Empreendedor que se prezasse depositava os aportes no banco do Vale do Silício.
A brasileira Aravita recebeu R$ 12 milhões de um seed money. O montante foi depositado SBV um dia antes de o banco americano quebrar. E quase que o dinheiro não chegou ao bolso dos fundadores - ou de ninguém.
Marco Perlman, cofundador e CEO da Aravita, startup que otimiza a compra de alimentos em supermercados com auxílio da inteligência artificial, conta ao Vida de Startup, programa do NeoFeed, como salvou o dinheiro (e a empresa).
“Um dos nossos investidores me ligou dizendo que havia grandes chances de o SVB quebrar, mas nós não tínhamos como transferir o dinheiro para outro lugar”, afirma Perlman.
Foi aí que os sócios decidiram entrar em contato com um banco brasileiro para entender como funcionava o câmbio de lá para cá. A descoberta foi que poderiam dar um “jeitinho” para evitar pagar os altos custos dessa remessa. “Eu não conheço ninguém que tenha feito o que nós fizemos”, conta o CEO.
A companhia, fundada em 2022 por Perlman, Aline Azevedo e Bruno Schrappe, nasceu para solucionar um problema visto pelos sócios ao frequentar o supermercado: a gestão de produtos frescos.
“Nós sabemos que a otimização do sabão em pó está bem resolvida, a do catchup mais ou menos, mas quando chega no tomate a coisa fica bem complicada”, afirma Perlman.
Pensando nesse gargalo, a startup ajuda os supermercados a tomar a decisão correta de compra, na tentativa de evitar o desperdício e diminuir a falta de produtos nas gôndolas. “Chegando no pedido perfeito nós conseguimos ajudar nos dois lados”, diz ele.
Desde o início, a Aravita já sabia que queria atingir as grandes redes. Isso porque, na visão dos fundadores, esses players saberiam valorizar a tecnologia embarcada em seu processo e teriam mais facilidade para lidar com as demandas do dia a dia. Hoje, a companhia atende dois grandes grupos, sendo um deles o St. Marche.