Luiz Godinho está de casa nova. Após 10 anos na Verde Asset, com Luis Stuhlberger, ele passa a integrar o time da B.Side Investimentos, empresa de investimentos com R$ 10 bilhões sob custódia que tem o BTG Pactual como sócio.
A mudança para Godinho não é apenas de casa. Na B.Side, ele passa a fazer parte da área comercial de um wealth. A função é diferente daquela que ele construiu na maior parte da sua carreira de 30 anos no mercado financeiro como relação com investidores de grandes assets, como a Constellation, a Hedging Griffo, além da própria Verde.
Na nova posição, Godinho, que chega como sócio, ajudará na captação de clientes para o wealth management da B.Side e também gerar oportunidades para o investment banking (IB).
Apesar de ser a primeira vez em um wealth, ele acredita que o seu relacionamento com grandes investidores, como family offices, ajudará na busca de oportunidades nichadas e únicas de investimento (algo que o IB da B.Side pode gerar).
“Nesses anos todos de atuação em assets fiz muitos relacionamentos com grandes famílias e empresários e resolvi mudar a minha carreira para atender o cliente final. Vejo muito crescimento na indústria de wealth nos próximos anos”, afirma Godinho, ao NeoFeed.
Para ele, a indústria de gestão de recursos passa por uma transformação. Depois do crescimento das plataformas e dos fundos de previdência, dois movimentos que geraram novos investidores, agora a captação depende apenas da performance do gestor.
Ao mesmo tempo, os wealths se sofisticaram e já não dependem apenas de fundos para gerar retornos para seus clientes, com muito mais produtos disponíveis ou mesmo sendo estruturados dentro de casa - esse é um movimento que se acelerou com o fim do diferimento fiscal nos fundos exclusivos.
“Antes, os investidores podiam até não estar muito felizes com a rentabilidade dos fundos, mas sair do investimento significava pagar imposto. Agora que se paga de qualquer forma, o jeito das famílias investirem está mudando completamente. O poder de captação hoje está mais nos wealths do que nas assets”, diz Godinho.
A B.Side já apostava nisso desde o seu início e foi criando um ecossistema de investimentos que conta com carteiras administradas que fazem a gestão de portfólios, um Registred Investment Advisor (RIA) nos Estados Unidos para fazer alocação offshore, e o IB para estruturar soluções de crédito para as famílias empresárias e também gerar investimentos exclusivos.
O reforço comercial vem após uma reestruturação do time de estruturação de dívida da casa, que agora busca absorver suas emissões cada vez mais fora de casa. No ano passado, foram emitidos R$ 1,5 bilhão em títulos de crédito, um montante que pode ser maior neste ano.
O foco são operações de middle market, de R$ 50 milhões a R$ 150 milhões de faturamento, tíquete ignorado pelos grandes bancos, mas que soluciona muitas demandas de famílias empresárias.
“Fizemos um grande investimento no nosso IB e estamos crescendo. Não podemos depender apenas do nosso público interno. Queremos aumentar a nossa capacidade de distribuição para um público selecionado”, afirma Rafael Christiansen, CEO da B.Side Investimentos, ao NeoFeed.
A B.Side, que cresceu 50% no ano passado, projeta ter o mesmo crescimento neste ano, por captações orgânicas e também aquisições.