Em meio a seca do venture capital, a QI Tech reforçou seu caixa com um cheque de R$ 1 bilhão (US$ 200 milhões) em rodada série B liderada pela General Atlantic, que contou também com a participação da Across Capital, que já era acionista.
Com o dinheiro captado, na maior rodada deste ano para uma startup brasileira, a fintech fundada em 2018 por Pedro Mac Dowell, Marcelo Bentivoglio e Marcelo Buosi e que opera com um conjunto de APIs que permitem que outras empresas possam oferecer serviços financeiros, deve buscar aquisições.
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“O aporte vai para os M&As, mas também queremos investir para crescer de forma orgânica”, diz Mac Dowell, cofundador e CEO da QI Tech, em entrevista ao NeoFeed.
No radar estão negócios que tenham alguma ligação com as áreas de lending e banking as a service, infraestrutura tecnológica e serviços antifraude. Neste momento, a QI Tech está ainda na fase de screening – quando ainda busca mais informações de empresas que podem receber uma eventual proposta de aquisição.
Em sua estratégia de M&As, a QI Tech definiu que vai buscar companhias brasileiras que já tenham negócios mais consolidados. Isso se traduz em reforçar também os números.
Nos planos da QI Tech está uma abertura de capital entre 2025 e 2026. Para isso, porém, a fintech entende que precisará alcançar um Ebitda próximo de R$ 500 milhões, mais do que o triplo dos R$ 150 milhões que previstos para este ano.
“Temos que fazer aquisições e crescer para chegar nesta linha mais qualificada”, diz Mac Dowell. "A ideia é fazer duas compras com esse valor e não adquirir companhias pequenas e que não vão mexer no ponteiro.”
Para conseguir atrair empresas deste porte, a QI Tech sabe que precisará desembolsar um valor relevante para realizar as aquisições. A tendência é de que as negociações envolvam cheques que partem de R$ 300 milhões. “Vamos fazer poucos cheques, mas que serão direcionados”, diz Bentivoglio, cofundador da QI Tech.
A QI Tech estava conversando com investidores para uma nova captação pelo menos desde janeiro deste ano. O momento ruim do mercado de venture capital, porém, adiou o acerto. “Os valores começaram a melhorar no meio do ano”, diz Mac Dowell.
Do lado da General Atlantic, a gestora aumenta sua participação em negócios no País. No Brasil, a gestora já investiu em startups como unico, Neon, QuintoAndar, Hotmart, entre outras.
A nova captação acontece quase dois anos após a companhia levantar sua rodada de série A, quando captou US$ 50 milhões em rodada liderada pelo Fundo Soberano de Cingapura (GIC).
Com o dinheiro, a QI Tech comprou as operações da Zaig (de sistemas de onboarding e prevenção de fraude) e a Builders Bank (de soluções financeiras white label). Os valores das transações não foram revelados.
Com uma carteira de cerca de 300 clientes, a QI Tech disputa mercado com diferentes empresas. Em banking as a service, a concorrência se dá principalmente contra FitBank e Dock, já em serviços de proteção antifraude, a disputa é com Serasa e LexisNexis.