Depois de mais de uma década sem aquisições, a Cimed está ligando a sua máquina de M&As. A companhia farmacêutica anunciou nesta quarta-feira, 20 de dezembro, a compra da R2M, fabricante nacional de lenços umedecidos. Os valores da negociação são mantidos em sigilo.

O negócio estava sendo costurado desde o começo de agosto. “Me chamou a atenção o fato de que os lenços umedecidos estão entre os principais produtos para bebês”, diz João Adibe, CEO da Cimed, em entrevista ao NeoFeed. “Quando eu fui ver o tamanho do mercado, me assustei.”

De acordo com Adibe, as pesquisas realizadas pela Cimed mostraram que o mercado de lenços umedecidos movimenta cerca de R$ 1,5 bilhão por ano. Entre as empresas que exploram o setor, além da R2M, estão as multinacionais Procter & Gamble (P&G) e Johnson & Johnson.

Responsável pelas marcas Bebê Limpinho e Snow Baby, atualmente a R2M é a terceira maior empresa do segmento. O negócio opera com fábricas em Santa Catarina e em Minas Gerais e vende aproximadamente 7 milhões de unidades de produtos por ano.

O processo de integração deverá ser feito no primeiro trimestre de 2024. Depois, a companhia pretende lançar novos produtos. A ideia é explorar a capacidade da R2M para trabalhar com itens como lenços demaquilantes e lenços íntimos.

A Cimed não revela dados financeiros da transação, mas diz que espera faturamento de R$ 300 milhões para R2M no ano que vem. O montante pode representar uma fatia de 7,5% da receita R$ 4 bilhões projetada para o grupo farmacêutico em 2024. Neste ano, a Cimed deve faturar pouco mais de R$ 3 bilhões.

A expectativa da Cimed é assumir a operação da R2M em janeiro. Enquanto isso, a companhia aguarda a aprovação da transação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Cimed pretende manter a marca da R2M, ao menos durante o ano que vem. “Em 2025 isso vai depender da capacidade produtiva”, diz Adibe.

A aquisição da R2M deve marcar o início de uma nova era para a Cimed. “A gente passa a ser uma empresa compradora”, diz Adibe. De acordo com o executivo, o radar está em negócios que faturam pelo menos R$ 100 milhões e que ainda não são explorados pela farmacêutica. “O que a Cimed já tem, eu não tenho interesse.”