Em relatório destinado a clientes divulgado na terça-feira, 2 de janeiro, o Goldman Sachs elegeu as principais tendências que, na visão de seus analistas, estarão em alta no mercado e que devem ficar no radar dos investimentos durante todo o ano de 2024.
O banco americano dividiu suas projeções em sete temas. Além de conceitos mais óbvios, como a inteligência artificial generativa, essa "bola de cristal" inclui segmentos como manufatura e medicamentos contra obesidade, e traz as escolhas das principais ações em cada um dos setores destacados.
Segundo o portal americano Business Insider, o Goldman Sachs ressaltou como pano de fundo para essas indicações um contexto mais positiva para a economia americana, com uma política monetária mais favorável e expectativas de crescimento do PIB do país acima do consenso.
Para o banco, a inteligência artificial generativa será justamente um dos motores para a concretização desse avanço, com a projeção de contribuir com um crescimento anual de 0,4% do PIB dos Estados Unidos. Neste espaço, Amazon e Nvidia são os papéis recomendados pelos analistas.
Um segundo tema que estará em voga serão os gastos com energia verde. Na avaliação do Goldman Sachs, a necessidade de responder às mudanças climáticas estará cada vez mais clara e as empresas irão aproveitar as oportunidades que estão sendo geradas nessa área a partir de incentivos governamentais.
Ao frisar que players de segmentos como energia solar e energia nuclear são alguns dos mais preparados para surfarem essa onda, os analistas pinçaram First Solar, Republic Services e Southern Company como as empresas listadas a serem observadas nessa arena.
O crédito privado é mais um integrante dessa lista. O banco entende que os investidores irão recorrer cada vez mais a operações de dívida privada para obter termos mais atrativos na comparação com o mercado de capitais. Aqui, a ação destacada foi a da gestora americana Blue Owl Capital.
A quarta vertente no relatório envolve setores que estão em fase final de superação dos ajustes pós-pandemia. Em especial, os segmentos de finanças e de tecnologia. O primeiro, deixando para trás a crise vivenciada em 2023, e o segundo, os efeitos bolha de 2021.
Sob essa ótica pós-Covid, o Goldman Sachs reservou uma menção especial para as empresas de software. E ressaltou Amazon, OKTA, JB Hunt, Textron, J.P. Morgan e Jefferies Financial Group como suas indicações entre as companhias listadas.
Em outro tema diretamente ligado à repaginação gerada pelo pós-pandemia e pelas mudanças climáticas, o banco enxerga espaço para um renascimento do segmento de manufatura no mercado americano.
O Goldman Sachs reserva atenção especial a segmentos como os semicondutores, os carros elétricos e a produção de baterias, que podem gerar um investimento adicional de até US$ 600 bilhões até 2030, com destaque para Nvidia, Cintas, TE Connectivity, First Solar, JB Hunt, Parker-Hannifin e PPG Industries.
Impulsionada pelo fenômeno Ozempic, medicamento produzido pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, os remédios para combater a obesidade serão mais uma tendência que deve ser observada no mercado no decorrer desse ano.
Além da Novo Nordisk, os analistas destacaram a americana Eli Lilly como outra ação do segmento. E pontuaram que medicamentos semelhantes produzidos por outros players da indústria farmacêutica chegarão ao mercado e reforçarão essa corrente.
Por último, mas não menos importante, o relatório projeta o crescimento de negócios ligados à internet, a partir do amadurecimento desse mercado e da exploração, a partir desse cenário, de novas áreas e operações para dar sequência a esse crescimento.
Como consequência, o Goldman Sachs enxerga que as linhas que dividem atualmente segmentos como publicidade e varejo serão cada vez mais tênues. Sob esse viés, a Amazon ficou novamente em destaque, ao lado da WW International e da Constellation Brands.