Romero Rodrigues faz o cálculo com a frieza de um investidor e o olhar estratégico de quem foi empreendedor. Não é qualquer empresa, diz ele, que, em oito anos, vai conseguir escalar de zero de receita para R$ 1 bilhão em faturamento. Para isso, precisa ter uma base tecnológica e um time muito bom. E, mesmo assim, lá vem outro cálculo.
Rodrigues, à frente do fundo da gestora Headline, que tem a XP Asset como parceria, e R$ 916 milhões sob gestão no Brasil, faz outra conta fria e dura: 90% das startups morrem tentando encontrar um fit de produto e de mercado. Os cheques da Headline, entre R$ 5 milhões e R$ 25 milhões, vão para as empresas que superam essa barreira. E a matemática, novamente, é implacável.
Até agora, a Headline fez investimentos em sete startups e ainda conta com R$ 800 milhões para investir. A meta é alcançar cerca de 25 empresas. “Nesse portfólio que a gente está montando, um terço deve morrer, um terço deve andar de lado e o último, um terço vai dar retorno para o fundo todo”, diz Rodrigues em entrevista ao programa É Negócio, parceria do NeoFeed e da CNN Brasil, que vai ao ar, no domingo 17, na TV e em todas as plataformas da CNN Brasil.
Na entrevista, Rodrigues, que foi um dos primeiros investidores da Hotmart, da Gympass, da Pismo, entre outras, conta também os fatores que ele leva em conta antes de assinar um cheque para uma startup. “A gente olha três grandes critérios. Primeiro, o tamanho do mercado. Em segundo lugar, o problema que esse time está resolvendo. Quanto maior a dor, será mais fácil gerar valor e monetizar, rentabilizar”, afirma.
Por último, ele elenca os fundadores que estão tocando esses negócios. “Um negócio nota sete com um time nota dez, eu posso investir. O inverso não dá. Porque um produto nota dez não consegue demitir um time nota sete e contratar outro time. Mas o time nota dez muda o produto.”
O hoje investidor também faz uma revelação inédita. Rodrigues cofundou o Buscapé com amigos de faculdade e vendeu a empresa, em 2009, por US$ 370 milhões ao fundo sul-africano Naspers, hoje chamado de Prosus. “Uma das perguntas que vem na minha mente até hoje é se eu deveria ou não ter vendido Buscapé”, diz ele.
“Éramos uma empresa que faturava R$ 700 milhões por ano. A gente já tinha por dois trimestres, ultrapassado o Mercado Livre em tamanho, tinha 30% do comércio eletrônico passando pelo Buscapé. Se eu pudesse voltar no tempo, eu repensaria muito aquela decisão”, afirma Rodrigues.
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