A Aura Minerals tomou uma decisão importante na operação da sua mina de Almas, no Tocantins, em meados do segundo trimestre. A mineradora liderada por Rodrigo Barbosa decidiu trocar a empresa responsável por prestar os serviços de extração no local.

Almas é o primeiro projeto greenfield da mineradora no Brasil e entrou em operação no ano passado. A Aura “tomou o risco” de escolher um prestador de serviços que tinha menos experiência em mineração de ouro, mas com custo de 10% a 15% menor. Embora o começo tenha se mostrado promissor, à medida que as rochas duras iam aparecendo as dificuldades também apareciam.

“Precisamos de rapidez para trocar e recuperar a produtividade. Tanto que no terceiro trimestre estamos em full capacity [em Almas]”, diz Barbosa, ao NeoFeed, diretamente do escritório de Miami.

O total de onças equivalentes de ouro (GEO, na sigla em inglês) produzidas pela mina de Alma foi de 14.975 no terceiro trimestre, 42% acima da produção do segundo trimestre deste ano.

A recuperação do ritmo de produção de Almas contribuiu para o volume total de onças equivalentes de ouro da Aura chegar a 68.246 no terceiro trimestre, 10% acima do mesmo período do ano passado. Esse foi o quinto trimestre consecutivo de crescimento.

Quando se pega o acumulado de nove meses, a produção total da Aura está em 200.758 GEO, 20% acima do registrado de janeiro a setembro de 2023. Se o ritmo se mantiver no próximo trimestre, a mineradora ficará na parte de cima do guidance deste ano, que está entre 244 mil e 292 mil onças equivalentes de ouro.

Com a recuperação de Almas, o crescimento da mina hondurenha de Minosa e a estabilidade de produção da mina mexicana de Aranzazu, o desafio da Aura está na mina Apoena, em Mato Grosso.

O local registrou uma queda de 28% na produção em 12 meses em razão de um atraso na aprovação de um novo local de exploração e da chegada para extração de materiais mais duros, onde naturalmente se gasta mais tempo.

Segundo Barbosa, o quarto trimestre já deve mostrar um avanço, mas “não a solução completa para o ritmo que nós gostaríamos”.

Ao longo deste segundo semestre, o resultado da Aura vai ser impactado pelo preço de venda do ouro. No primeiro semestre, a empresa registrou um Ebitda de US$ 110 milhões para uma produção de 133 mil GEO no período. De janeiro a junho, o metal estava sendo negociado perto de US$ 2 mil a onça-troy.

“Neste segundo semestre, o ouro está US$ 400 por onça acima do semestre anterior. Estou produzindo mais, com preço de venda maior e custo potencialmente menor. É uma alavanca significativa para o resultado”, afirma o CEO da Aura Minerals.

Com valor de mercado de R$ 4,6 bilhões, a Aura é listada na bolsa de valores do Canadá. O recibo das ações na B3 acumulam alta de 82% no ano.