Em meio a seca de investimentos para startups, não é fácil convencer investidores a investir em uma ideia, ainda no PowerPoint, em especial em um mercado povoado por pesos pesados, como Cielo, Rede, GetNet, PagBank, Stone e Mercado Pago.

Mas um brasileiro, um uruguaio e um colombiano, com passagens por empresas como Mastercard, PedidosYa e Pomelo conseguiram romper essa barreira e estão levantando US$ 4,3 milhões (quase R$ 25 milhões) em uma rodada pré-seed.

Trata-se da Akua, startup de processamento de pagamentos latino-americana, fundada pelo brasileiro Rodrigo Rodrigues, o uruguaio Juan José Behrend e o colombiano Carlos Marín que atraiu os fundos Flourish Ventures, Propel, H20, ICVentures, Plug & Play, e Rally Cap em sua primeira captação institucional.

“Hoje, a maior parte das empresas de processamento está montada em uma tecnologia que foi construída há pelo menos 30 anos, utilizando sistemas ultrapassados, o que gera um problema de ineficiência para a indústria, além de facilitar fraudes”, afirma Rodrigues ao NeoFeed. “Vendo esse problema, decidimos que era hora de construir uma plataforma com o que há de mais moderno no mercado.”

A Akua vai investir parte do dinheiro no desenvolvimento de um ecossistema nativo em nuvem que se integra a todos os canais de pagamento, desde redes de cartões tradicionais até os mais recentes sistemas de pagamento instantâneo.

A plataforma inclui tokenização em seu sistema para reduzir os riscos de fraude, enquanto a infraestrutura de nuvem tem a intenção de permitir crescimento para os clientes, sem contar com custos elevados. A companhia também tem como premissa criar um sistema de pagamentos sustentável. Foi esse conjunto de características que chamou a atenção dos investidores para a companhia.

“Nós nos interessamos em participar da rodada devido ao potencial da empresa para transformar um mercado de pagamentos dominado e expandir por toda a América Latina”, afirma Diana Narváez, líder de investimentos da Flourish Ventures para a LatAm. “Além disso, as recentes mudanças regulatórias na Colômbia reforçaram ainda mais nossa confiança na capacidade da Akua de impulsionar a inovação no segmento.”

Trata-se de uma aposta de risco – o que é normal na atividade de venture capital. Os três fundadores da Akua são empreendedores de primeira viagem, embora tenham longa experiência no setor de pagamentos. E, com o negócio ainda no PowerPoint, há uma longa jornada para ganhar um lugar ao sol neste competitivo mercado.

Neste primeiro momento, a tecnologia será lançada na Colômbia, onde o sistema de pagamentos ainda está em desenvolvimento e conta com poucos players. Porém, a Akua tem planos de expandir as operações para os demais países da América Latina nos próximos meses.

Para Rodrigues, apesar do Brasil ser um dos países mais avançados do mundo quando o assunto é pagamentos, ainda existe espaço e oportunidades para a empresa se desenvolver por aqui. “Sabemos que o Brasil carrega uma complexidade extra por seu tamanho e diversidade. E, por isso, queremos esperar para entrar no país com uma operação completamente estruturada”, afirma.

Atualmente, a Akua conta com 19 funcionários, todos vindos de empresas de tecnologia da América Latina. Com o investimento, a empresa projeta aumentar essa equipe e atingir o objetivo de contratar mais de 20 profissionais até o fim do ano.