A Votorantim estaria avaliando dar início a um processo de IPO de sua unidade de cimento nos Estados Unidos, de acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg na terça-feira, 5 de novembro.
De acordo com a reportagem, a negociação para uma possível listagem na bolsa de valores de Nova York se encontra em estágio inicial e, caso aprovada pela companhia, pode ocorrer em 2025, dependendo das condições do mercado. Procurada pelo NeoFeed, a Votorantim não quis comentar. Em contato com o NeoFeed, uma fonte próxima à empresa disse que o IPO da Votorantim não está em estudo.
Essa, porém, não seria a primeira vez que o conglomerado brasileiro tenta listar sua unidade de cimentos. Em 2013, a Votorantim se movimentou para levantar US$ 3,7 bilhões por meio de uma listagem dupla de toda a sua unidade de cimento, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, mas optou por cancelar a operação.
Caso se concretize, o IPO da unidade de cimentos da Votorantim seguirá os passos de outras empresas do setor de materiais de construção, que estão tentando aproveitar o momento de maior liquidez da bolsa de Nova York para levantar fundos.
No último ano, um concorrente da companhia, o grupo suíço Holcim, também de cimento, afirmou que tinha planos de separar seus negócios na América do Norte para poder negociá-los na bolsa de valores no país. Ao mesmo tempo, a companhia grega Titan afirmou que está trabalhando para dar início às suas operações em território americano.
De acordo com o último balanço financeiro da Votorantim, a divisão de cimentos dos Estados Unidos foi a maior geradora de lucro da companhia no segundo trimestre. Por lá, o Ebitda da unidade subiu cerca de 30%, atingindo um total de US$ 394 milhões.
Segundo a fonte ouvida pela Bloomberg, as discussões ainda estão em andamento, e a Votorantim não tomou uma decisão final sobre o possível IPO da unidade.
A negociação se assemelha à da Moove, empresa de lubrificantes da Cosan, que desistiu de seu IPO na NYSE em razão das “condições adversas do mercado”. Com cenário de eleições nos Estados Unidos e juros ainda altos por lá, a empresa decidiu adiar a listagem das ações.
Apesar da situação parecer mais complexa para as companhias brasileiras, o mercado de IPOs mostra sinais de que está tentando “pegar no tranco”. Isso porque, no primeiro semestre de 2024, as ofertas iniciais movimentaram mais de US$ 20 bilhões em Wall Street, o melhor resultado desde 2021.
No período, houve três IPOs que superaram US$ 1 bilhão e, apesar dos números estarem muito distantes dos valores vistos na era dourada do mercado, os especialistas acreditam em cenários melhores pela frente, principalmente quando houver maior previsibilidade política e econômica.