A fintech Creditas acaba de fazer uma nova operação de bond na Nasdaq de Estocolmo, conseguindo captar US$ 60 milhões (aproximadamente R$ 365 milhões) a uma taxa de 10,5% ao ano com vencimento em junho de 2028.
Essa taxa é melhor do que a operação realizada no ano passado, quando da Creditas captou US$ 40 milhões a 13% ao ano. Ao mesmo tempo, a fintech fundada por Sergio Furio fez a recompra parcial do bond do ano passado, pagando 106% do seu valor nominal – a operação foi de US$ 22,5 milhões.
“Chegamos a avaliar uma operação de equity, mas optamos por essa estrutura, pois as condições eram vantajosas e não há diluição dos acionistas”, diz Furio, ao NeoFeed.
Os investidores dessa operação, assim como a do ano passado, contam um “equity kicker”, uma espécie de “redemption premium”. No evento de IPO, o investidor do bond ganha a apreciação de valor do último valuation da Creditas até o preço da abertura de capital.
A Creditas foi avaliada em US$ 4,5 bilhões em rodada de janeiro de 2022, liderada pela Fidelity. Mas, desde então, o mercado de venture capital passou por uma correção e alguns fundos que investiram na fintech refizeram a marcação desse valor para baixo.
Furio não descarta, no entanto, uma operação de equity, mas diz que ela, no momento, não é necessária e acrescenta que a empresa não precisa de capital.
Depois de atingir o equilíbrio em 2023, a Creditas voltou a acelerar a originação de crédito que passou a ser financiada por sua própria geração de caixa.
No terceiro trimestre de 2024, a companhia atingiu uma receita de R$ 517,4 milhões. O lucro bruto foi de R$ 237,4 milhões, com margem de 45,9%. O resultado operacional foi negativo em R$ 7 milhões.
A Pareto Securities atuou como bookrunner única na transação. A White & Case foi consultora jurídica da Creditas e a Gernandt & Danielsson, da Pareto Securities.