A CSU tem uma estrela a apresentar no balanço do primeiro trimestre deste ano, que está ligada à estratégia de transformação digital e expansão de portfólio da empresa.

A unidade de digital experience (DX) registrou um salto de 15% em receita comparada ao mesmo período de 2024 e 10% em relação ao quarto trimestre, após um período de “crescimento lateral”.

"A DX realmente vem para transformar a dinâmica de crescimento e resultado da empresa", afirma Pedro Alvarenga, CFO da CSU, ao NeoFeed.

Ele destaca que a unidade não apenas cresceu em receita - foram R$ 56,3 milhões no período -, mas também em rentabilidade, com margens operacionais que saltaram de 18% para 21%.

Esse crescimento expressivo é resultado direto da estratégia que envolve a plataforma de hiperautomação de processos de negócios (HAS). A solução utiliza inteligência artificial para integrar ferramentas avançadas em áreas como prevenção a fraudes, curadoria de documentos e dados, esteira de crédito entre outras.

A CSU fechou sete contratos de HAS no ano passado. Cinco já tinham sido implementados, sendo dois apenas no primeiro trimestre deste ano. Outros dois serão concluídos nos próximos meses. Os clientes fazem parte dos segmentos de varejo alimentício, cosméticos, telecomunicações, ID Tech e uma tradicional varejista do Nordeste.

"É tão importante essa estratégia do full service porque ela nos ajuda a associar novos mercados, novos clientes e, em tempos difíceis, quando o cliente precisa de ajuda para economizar com back-office, é onde o HAS entra com toda força", diz Alvarenga.

A tradicional unidade de pagamentos, a CSU Pays, manteve seu comportamento "reloginho", com crescimento de aproximadamente 4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar de ser um crescimento mais modesto que o da DX, a Pays continua sendo uma fonte consistente de receita e rentabilidade para a companhia.

Com isso, a receita total da CSU foi de R$ 150,7 milhões no primeiro trimestre do ano, representando um crescimento de 8,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Ebitda da companhia foi de R$ 47 milhões, com margem de 31,2% - retração de 2,8% em relação a 2024.

Outro indicador positivo foi o crescimento da base de usuários, que atingiu o recorde de 37,7 milhões de contas e cartões cadastrados na plataforma da CSU. A taxa de ativação, que chegou a 62% (equivalente a 23,3 milhões de usuários ativos), é significativamente acima da média do mercado de 43%.

"Antes da implementação de inteligência artificial, a nossa taxa de ativação rodava em torno de 50%, que já era muito boa comparada ao mercado", afirma o CFO.

Retorno aos acionistas

A CSU distribuiu R$ 6,9 milhões em Juros sobre Capital Próprio (JCP) referentes ao resultado do primeiro trimestre e anunciou o pagamento de um dividendo extraordinário de aproximadamente R$ 18 milhões a partir de 15 de maio, mantendo a prática de 50% de pay-out dos últimos quatro anos.

Na última linha do balanço, a CSU entregou um lucro bruto de R$ 63,1 milhões (8% maior do que no mesmo período do ano anterior). O lucro líquido foi de R$ 24,4 milhões, praticamente em linha (+1%) com o primeiro trimestre do ano passado.

A ação CSUD3 acumula alta de 13,2% no ano na B3. O valor de mercado da companhia é de R$ 717,7 milhões.