A Dotz segue em trajetória de ser, cada vez mais, uma techfin. No balanço do primeiro trimestre deste ano, o braço financeiro da empresa conhecida por seu programa de fidelidade já representa quase metade da receita total da companhia.

“O número que melhor representa a companhia é esse percentual de 48%, que coloco como um KPI estratégico do que viemos fazendo", diz Otávio Araújo, CEO da Dotz, ao NeoFeed.

A Dotz também vem diversificando sua oferta de produtos financeiros. O lançamento mais recente é o Dotz Parcela, uma solução de buy now, pay later (BNPL ou compre agora, pague depois) lançada no fim de 2024.

Embora ainda em estágio inicial, o produto teve um crescimento de quase 40% na base de usuários entre o quarto trimestre de 2024 e o primeiro de 2025. Nessa vertical, a empresa tem parcerias com Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco C6 para integrar fidelidade, crédito e dados.

Os dados preliminares indicam que clientes que utilizam a solução valem 35% mais para os varejistas parceiros e já apresentam recorrência de aproximadamente duas transações mensais.

Atualmente, o Dotz Parcela opera com o supermercado Savegnago, no interior de São Paulo, mas a empresa já está em processo de expansão para outros parceiros de sua rede.

Recentemente, a empresa firmou uma parceria com a Americanas para implementação de um programa de coalizão nas mais de 1.600 lojas da rede varejista.

A iniciativa, prevista para ser lançada no segundo semestre de 2025, integrará o programa de fidelidade da Dotz, outros programas parceiros e o Dotz Parcela, representando uma expansão no alcance da empresa.

Pelo segundo trimestre consecutivo, a Dotz entregou Ebtida de R$ 10,3 milhões, revertendo o consumo de caixa registrado no primeiro trimestre de 2024. O número está em linha com os R$ 11 milhões do quarto trimestre do ano passado.

O desempenho operacional também permitiu à Dotz ampliar o lucro bruto em 21%, em relação ao mesmo período do ano anterior, e elevar a margem bruta em 17 pontos percentuais - de 46% para 60%.

"Este resultado consolida que estamos muito depois do ponto de inflexão", diz Araújo.

Apesar da evolução operacional, a empresa segue no break-even em termos de lucro líquido. Araújo explicou que isso ocorre principalmente devido ao ciclo intenso de investimentos.

Esse delta de R$ 4 milhões, somado às despesas financeiras, continua pressionando o resultado final. No primeiro trimestre, o prejuízo foi de R$ 900 mil.

"Ainda temos um número de depreciação maior do que o número novo que estamos agregando de Capex. Temos aproximadamente R$ 7 milhões de depreciação e amortização por trimestre e estamos adicionando cerca de R$ 3 milhões de Capex novo", diz o CEO.

No ano, a ação DOTZ3 acumula alta de 60,3%. O valor de mercado da companhia é de R$ 64 milhões.