Para Rodrigo Borges, sócio da gestora de venture capital DOMO.VC, a inteligência artificial não é mais um diferencial: é um pré-requisito na hora de escolher as suas investidas.

“Uma startup que nasce hoje sem IA já saiu atrás. É como ter lançado um produto só para web quando o mundo já estava no mobile", disse ele em entrevista no NeoSummit IA, evento do NeoFeed que debateu o impacto da IA no mercado financeiro e nos negócios.

“Não faz sentido uma empresa começar hoje sem algum nível de adoção. Quem não integra a IA à operação fica em desvantagem competitiva”, complementou.

Segundo Borges, a adoção de soluções de IA pelas empresas do portfólio da gestora de venture capital é quase unânime, ainda que em diferentes graus de profundidade.

“Tem quem esteja só usando o ChatGPT e tem quem esteja com APIs conversacionais, geração de conteúdo, imagem, tudo integrado ao core do negócio. A maioria já percebe ganhos em eficiência e conversão”, afirmou.

Ele citou o exemplo da Goomer, startup de soluções para restaurantes e delivery, que redesenhou processos com IA e reduziu fluxos que levavam 20 dias para apenas algumas horas. Por consequência, segundo ele, houve melhora da taxa de conversão, do faturamento e da experiência do cliente.

O investidor ainda alertou para o fenômeno do "AI washing" – quando empresas dizem usar inteligência artificial, mas na prática apenas plugam uma solução superficial.

“Estamos atentos a isso. Uma interface com um modelo pronto não é suficiente. Queremos entender como a tecnologia é usada de fato, e se ela pode evoluir para gerar diferencial competitivo real”, afirmou Borges.

O sócio da DOMO.VC reforçou que o momento é de transformação profunda, e que as empresas que se adaptarem com autenticidade e estratégia sairão na frente.