Ninguém sabe ao certo quando será o fim da nova crise do coronavírus, mas muita gente já aposta como será o mundo a partir de então. Eric Schmidt, ex-CEO do Google, tornou pública sua opinião – e ela é diferente de tudo o que lemos até agora: a procura e o número de escritórios será maior do que antes.
Em entrevista ao programa Face The Nation, levado ao ar todos os domingos pela rede CBS, o executivo explicou sua opinião. "Teremos que pensar em sistemas diferentes, em que pessoas não precisem se deslocar para regiões distantes, já que ninguém quer ficar por muito tempo em transportes públicos", disse.
Para Schmidt, coisa parecida aconteceu, em menor escala, logo depois do ataque às Torre Gêmeas do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, quando famílias e empresas optaram por deixar grandes cidades para se instalar em regiões satélites.
"Certamente algo assim vai acontecer novamente. Há pessoas que estão morrendo para voltar ao escritório, e outras que estão com medo de que, se elas voltarem aos escritórios, morrerão. Vai ser preciso pensar em uma solução flexível", complementou.
Ainda de acordo com o executivo, a densidade das grandes metrópoles deve mudar, uma vez que a internet permite que pessoas baseadas em regiões distantes também participem da economia das grandes cidades. "A conexão já não é uma opção, é fundamental para fazer negócios. Isso significa que é necessário melhorar a cobertura em áreas rurais, por exemplo".
Neste sentido, o executivo defende ainda que o próximo plano de estímulo econômico contemple também investimentos na telecomunicação, para garantir que todos tenham acesso à internet. "Você simplesmente não consegue participar dessa nova economia sem acesso à rede", afirmou.
Eric Schmidt foi CEO do Google entre 2001 e 2010. Durante sua gestão a companhia viveu alguns de seus momentos mais importantes, como a abertura de seu capital, em 2004. No mesmo ano, a companhia lançou seu serviço de correio eletrônico, o Gmail, e poucos anos depois, em 2006, completou a aquisição do Youtube, por US$ 1,65 bilhão.
A partir de 2011 Schmidt assumiu a vaga de chairman do conselho do Alphabet, grupo detentor do Google. Sua posição mudou em 2019, quando passou a ser conselheiro técnico do conglomerado. Este ano, sem grandes explicações, Schmidt se desligou completamente da gigante do Vale do Silício.
Aos 65 anos, Eric Schmidt é ainda um dos homens mais ricos do mundo. Sua fortuna, de acordo com a Bloomberg, é de US$ 15,5 bilhões.
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