Falta de carisma e a inevitável comparação com um cofundador visionário da companhia. Esses foram alguns dos fatores que pesaram para a avaliação pouco otimista de analistas quanto ao futuro da Apple quando Tim Cook foi nomeado sucessor de Steve Jobs, em 2011.
Mas, contra boa parte dos prognósticos, Cook liderou a empresa da maçã em uma grande escalada, especialmente nos últimos anos. De um valor de mercado de US$ 348 bilhões, quando o executivo assumiu o comando, a companhia superou, em agosto de 2018, a marca de US$ 1 trilhão.
Já em outubro do ano passado, foi a vez de a Apple alcançar o valor de mercado de US$ 2 trilhões. E agora, Dan Ives, analista da corretora americana Wedbush Securities entende que a empresa tem boas perspectivas para romper uma nova barreira em Wall Street.
Em relatório ao qual o NeoFeed teve acesso, Ives explica que, se as vendas de iPhone mantiverem o bom ritmo e atenderem às expectativas, a Apple deve ver seus papéis serem negociados a US$ 200 e sua avaliação saltar para US$ 3 trilhões no prazo de 12 a 18 meses.
Atualmente, as ações da companhia, listada na Nasdaq, estão sendo negociadas na faixa de US$ 129, o que confere à Apple um valor de mercado de US$ 2,1 trilhões.
Todas essas expectativas, contudo, dependem do desempenho do iPhone, ainda o grande trunfo da companhia. No último ano fiscal da companhia, encerrado em setembro, a linha gerou uma receita de US$ 137,7 bilhões, cerca de 50,2% da receita total da Apple no período, de US$ 274,5 bilhões.
No relatório, Ives calcula que a empresa tenha vendido mais de 90 milhões de aparelhos só no último trimestre do ano, superando com folga as expectativas e registrando quase 35% a mais do que a previsão inicial da Wedbush.
“Em dezembro acreditávamos que as vendas chegariam a 80 ou 85 milhões de celulares e, no fim de outubro, nossa expectativa era ainda menor, de 75 milhões. Três meses antes, nossos cálculos ficaram entre 65 milhões e 70 milhões de unidades”, escreveu Ives.
Embora reconheça e admita o crescimento de outros produtos e serviços da Apple, Ives deixa claro que a concretização da sua projeção depende fundamentalmente do ritmo de vendas do iPhone no mundo todo e da forte demanda chinesa.
“A China continua sendo um ingrediente-chave na receita de sucesso da Apple, pois estimamos que cerca de 20% das atualizações da base instalada de iPhones para versões mais recentes virão desta região no próximo ano”, diz.
Outro ponto levantado por Ives foi o timing do lançamento dos iPhones 5G, em outubro passado. “Cerca de 350 milhões dos 950 milhões de celulares Apple, ou 37% da base de clientes da marca, estão na janela de oportunidade para atualização. Isso significa que esses usuários não trocam de celular a 3,5 anos, e a nova tecnologia pode ser o palco para um ‘superciclo’ de modernização”, ressaltou.
Por essas e outras, Ives tem uma visão otimista para o futuro da Apple. Enquanto Wall Street prevê a venda de 218 milhões de iPhones nesse ano fiscal, o analista da Wedbush aposta que a empresa tenha potencial para passar dos 240 milhões de aparelhos comercializados. E alerta: “a marca de 250 milhões está em jogo”, o que eclipsaria o recorde de 231 milhões de unidades vendidas no ano de 2015.
Dadas as generosas e ousadas apostas, todos os olhos se voltam para o resultado do primeiro trimestre fiscal de 2021, que será divulgado no próximo dia 27 de janeiro. Os números podem sinalizar se a empresa está, de fato, na trilha para ser a primeira empresa do mundo a alcançar o marco de US$ 3 trilhões em valor de mercado.
Para reforçar o tamanho do feito, a cifra superaria os PIBs da França (US$ 2,7 trilhões), Índia (US$ 2,9 trilhões) e Reino Unido (US$ 2,8 trilhões).
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