A Apple planeja desenvolver o seu próprio carro elétrico, tirando da gaveta o Projeto Titan, que começou a ser tocado em 2014. Mas ele só deve chegar ao mercado, em 2024, com avanços na tecnologia de bateria.

Doug Field, um ex-executivo da Apple que tinha ido para a rival Tesla, voltou à empresa em 2018 para tocar o projeto do carro elétrico. Mas, um ano depois, ele cortou 190 pessoas da equipe, dando sinais que o projeto estava saindo das prioridades da empresa da maçã.

Agora, a companhia, avaliada em US$ 2,2 trilhões, está acelerando de novo o projeto, segundo duas fontes citadas pela agência de notícias Reuters. O ponto central do carro elétrico da Apple será a tecnologia da bateria, que deve reduzir “radicalmente” o custo das unidades de armazenamento e aumentar a autonomia dos carros.

A produção deve ser um grande desafio à empresa, que nunca se aventurou no ramo de montagem de carros. "Se há uma companhia no planeta com recursos para fazer isso, essa empresa provavelmente é a Apple. Mas, ao mesmo tempo, isso não se trata de fabricar celulares", disse uma pessoa que trabalhou no Projeto Titan, citada pela Reuters.

Se adotar a mesma estratégia aplicada em seus outros projetos, a Apple deve buscar um parceiro capaz de cuidar da manufatura. No caso do iPhone, a companhia comandada por Tim Cook terceiriza essa parte para a Foxconn.

Em outubro deste ano, a Foxconn anunciou um projeto para estrear no mercado de carros elétricos. Mas a sua estratégia seria a de um modelo aberto, através da “MIH Open Platform”, um conjunto de ferramentas que permite que empresas desenhem peças e partes de veículos elétricos, mas deixem toda a produção por conta da própria Foxconn.

Isso significa que as montadoras terão liberdade criativa para definir o design de seus carros, de SUVs a sedãs, e ainda personalizá-los da maneira que bem entenderem.

Quando a Apple chegar ao mercado de carros elétricos, ela encontrará um cenário tomado de competidores. Todas as grandes montadoras, como Volkswagen, Ford, GM, Nissan e Toyota, já atuam nessa área.

Mas o alvo da Apple deve ser a Tesla. A maior fabricante de carros elétricos do mundo, fundada por Elon Musk, já vale US$ 590 bilhões. Nesta semana, ela estreou no S&P 500, principal índice das bolsas de valores americanas.

Mas chegar atrasada não parece ser um problema para a Apple. Em 2001, ela lançou o iPod, seu tocador de música digital, muito tempo depois de outros competidores. Mas o design arrojado e a facilidade de uso fez a companhia capturar boa parte desse mercado.

Em 2007, a companhia adotou a mesma estratégia ao lançar o iPhone. A finlandesa Nokia e a canadense BlackBerry dominavam o mercado de celulares quando o smartphone projetado por Steve Jobs (1955-2011) chegou ao mercado.

O iPhone tinha um design inovador, usava a tecnologia sensível ao toque e era fácil de usar. Em pouco tempo, as empresas que não se adaptaram a esse novo formato forram varridas do mercado – inclusive a Nokia e a BlackBerry.

Será que essa história vai ser repetir de novo com os carros elétricos? A resposta só será conhecida em 2024.

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