A Apple desenha. A Foxconn fabrica. Dessa forma, a empresa taiwanesa, especializada em terceirizar a fabricação de diversos produtos eletroeletrônicos, ganhou fama ao redor dos quatro cantos do mundo por ser a produtora do iPhone. A sua fábrica chinesa, por exemplo, tem capacidade de produzir até 500 mil aparelhos por dia.

Agora, a companhia que ficou mundialmente famosa pelos iPhones quer entrar em uma nova área usando uma estratégia de um velho rival do smartphone da Apple: o sistema operacional de código aberto Android.

A Foxconn anunciou, nesta sexta-feira, 16 de outubro, que vai estrear no mercado de carros elétricos. Mas sua estratégia será de “código aberto”, como a do Android, que permite que diferentes marcas de celulares adaptem e customizem o software para cada smartphone

William Wei, Chief Technology Officer da companhia, deixou claro que a ambição da Foxconn é se tornar o Android dos veículos elétricos. “Acreditamos que essa será a nossa missão”, disse ele.

Nesse novo mercado, a aposta é a "MIH Open Platform", um conjunto de ferramentas que permite que empresas desenhem peças e partes de veículos elétricos, mas deixem toda a produção por conta da própria Foxconn.

Isso significa que as montadoras terão liberdade criativa para definir o design de seus carros, de SUVs a sedãs, e ainda personalizá-los da maneira que bem entenderem.

Por esse modelo, as empresas podem definir, por exemplo, a distância das rodas e o tamanho da bateria. Por ser uma plataforma modular, os componentes podem ser substituídos ou atualizados de acordo com a necessidade.

O plano é capturar uma fatia de até 10% do mercado mundial de componentes e serviços para carros elétricos entre 2025 e 2027, segundo Chairman Liu Young-way, chairman da Foxconn. O executivo acrescentou que já mantém diálogo com diversos fabricantes de veículos elétricos.

Em janeiro, a ítalo-americana Fiat Chrysler informou que estava em conversa com a Foxconn para a formação de uma joint venture para a produção de carros elétricos.

Paralelo a esse serviço, a Foxconn, que registrou lucro de US$ 778,5 milhões no segundo trimestre deste ano, vai oferecer também um software para que desenvolvedores possam trabalhar funções complexas, como a implementação de um sistema de pilotagem autônomo.

Tudo leva a crer que a Foxconn está trabalhando para ser o coração e o cérebro de um mercado que, de acordo com a Allied Market Research, pode valer US$ 800 bilhões até 2027.

Em conversa com jornalistas, Wei confirmou ainda que a empresa está focada no desenvolvimento de baterias de estado sólido, consideradas a próxima evolução do setor, substituindo as baterias de íon de lítio.

"Depois de 2025, quem dominar a tecnologia para a produção de baterias de estado sólido dominará o mercado", afirmou Wei. A expectativa é que a Foxconn lance sua aposta comercialmente em 2024.

Outras companhias, como a Ionic Materials, a QuantumScape, a Sion Power e a Solid Power também investem no setor. As baterias de estado sólido são reconhecidas como mais seguras e potentes que do que todas as alternativas disponíveis para carros elétricos.

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