O investidor americano Michael Burry ficou famoso por prever a crise de 2008 e apostar contra a bolha do mercado imobiliário. A projeção, que se mostrou bastante lucrativa, foi imortalizada no livro e no filme "A Grande Aposta", de 2016, no qual seu papel é interpretado pelo ator Christian Bale.
Com esse status, além das páginas e telas, suas opiniões costumam ser muito consideradas por outros investidores. Nesse contexto, a próxima aposta de Burry é no mercado de carros elétricos. E, para o gestor da Scion Asset Management, a Volkswagen vai superar, em breve, a Tesla nessa corrida.
Em uma série de posts em seu Twitter, agora apagados, mas reproduzidos pelo site americano Business Insider, ele revelou ter ações da Porsche SE, a holding alemã que é dona da Volkswagen, e também da marca de carros de luxo Porsche, e defendeu a montadora alemã.
"Investidores subestimam o tamanho, a escala, as marcas, o poder duradouro e os recursos da Volkswagen", escreveu Burry. "Vocês já se perguntaram quem é dona da Bentley, Bugatti, Lamborghini, Porsche, Ducatti, etc? A Volkswagen".
O investidor também fez menções a uma análise do banco suíço UBS, que projeta que os modelos elétricos ID.3, da Volkswagen, vão competir de igual para igual em preço e capacidade com o Tesla Model 3. O relatório aponta o ID.3 como a melhor solução em veículos elétricos desenvolvida por uma montadora tradicional até agora.
A montadora alemã também espera competir na quantidade de veículos disponíveis no mercado. Em 2021, pretende lançar 700 mil unidades, contra 750 mil da Tesla.
Não é a primeira vez que Burry se manifesta publicamente contra a Tesla. Em janeiro, o investidor afirmou que as ações da empresa de Elon Musk, que acumulam uma valorização de mais de 620% desde o início de 2020, enfrentariam um colapso. "Aproveite enquanto durar", escreveu no Twitter.
Um mês antes, ele disse que sua gestora, a Scion, estava operando vendido os papéis da Tesla. E ainda afirmou que Musk deveria ofertar mais ações, aproveitando os "valores ridículos" atuais.
Burry também fez críticas à estratégia da Tesla de comprar o equivalente a US$ 1,5 bilhão em Bitcoin. Na visão do investidor, a medida, chamada por ele de "#digitalconfetti", seria uma forma de desviar a atenção para os problemas de qualidade na produção de seus veículos elétricos na China.
O investidor mantém um perfil bastante enigmático no Twitter. De tempos em tempos, faz uma série de postagens que logo são apagadas. Outras contas, mantidas por admiradores, se esforçam para copiar as mensagens e manter um arquivo atualizado de tudo o que ele diz.
Em sua bio, o investidor mantém apenas uma frase em vietnamita e uma série de recomendações de bandas de heavy metal. Os únicos tuítes disponíveis no momento são dicas de restaurante.