Batizadas como eVTOL, as aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical, também chamadas de táxis aéreos ou carros voadores, são uma das mais recentes áreas de investimento no campo da aviação. E o Brasil começa a se movimentar para não perder seu lugar nesse novo espaço aéreo.
Na manhã desta terça-feira, 21 de semtebro, a Gol anunciou a assinatura de um protocolo de intenções não-vinculante com a irlandesa Avolon para a aquisição de 250 aeronaves dessa categoria. Além da compra, o acordo pode envolver o arrendamento dos eVTOLs.
Em agosto deste ano, a Azul anunciou uma parceria com a alemã Lilium envolvendo uma frota de 220 eVTOLs. Com um investimento que pode chegar a US$ 1 bilhão, o acordo também prevê o desenvolvimento de uma malha aérea local com operação prevista a partir de 2025.
De acordo com a Gol, o anúncio integra a sua estratégia comercial de abrir novas rotas para mercados domésticos pouco atendidos. A empresa também destacou que o investimento em aeronaves elétricas vai ao encontro da sua meta de atingir a neutralidade nas emissões de carbono até 2050.
Segundo o comunicado, a expectativa é iniciar operações com uma malha área no País com a adoção desses veículos em meados de 2025. O modelo envolvido no projeto é a aeronave VA-X4, desenvolvida pela empresa britânica Vertical Aerospace.
O modelo pode transportar até quatro passageiros, além de um piloto, e tem alcance de 160 km e velocidade máxima de 320 km/h. A aeronave foi desenvolvida em parceria com empresas como Honeywell, Microsoft, Rolls-Royce e Solvay.
A Gol ressaltou que os próximos passos envolvem um estudo de viabilidade, o que inclui a certificação da aeronave e a análise da infraestrutura necessária para operá-la com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e outras autoridades. A expectativa é que esse processo seja concluído até 2024.
Empresa de leasing de aviões, a Avolon tem sede na Irlanda e é controlada pelo grupo chinês Tianjin Bohai. A empresa é uma das investidoras da Vertical Aerospace, ao lado de companhias como Microsoft, Honeywell e American Airlines, companhia que, na semana passada, anunciou um aporte de R$ 1,05 bilhão para deter uma fatia de 5,2% na Gol.
Em junho, a Vertical Aerospace divulgou o plano de abrir capital por meio de uma fusão com uma Special Purpose Acqusition Company (SPAC), no caso, a Broadstone, em um acordo avaliado em US$ 2,2 bilhões.
Na época do anúncio, a empresa informou que tinha uma carteira de pré-encomendas de mil aeronaves, avaliada em US$ 4 bilhões, com clientes como a própria Avolon e a American Airlines, além de uma negociação com a Virgin Atlantic.
O Brasil também está buscando espaço nessa categoria como fornecedor. Fruto de um spin-off da Embraer, a Eve é uma das empresas que estão despontando no mercado de eVTOL, com uma série de acordos no País e no exterior.
O mais recente deles foi anunciado no início desta semana e envolve uma parceria com a Helipass para acelerar a implantação e a adoção de aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical na França e em outros países da Europa.