No ano passado, quando a disputa com o BTG pelos escritórios autônomos foi intensificada, a XP Inc. passou a adotar a estratégia de virar sócia dos principais afiliados, com a intenção de que eles virassem corretora. Foi assim com Monte Bravo, Messem, Faros e Blue3. Hoje mais dois escritórios entram nessa lista.
A XP Inc. está virando sócia, com uma participação não revelada, dos escritórios BRA Investimentos, do Rio de Janeiro, e BS Investimentos, de São Paulo. Os dois escritórios de agentes autônomos terão, juntos, R$ 5 bilhões sob custódia. E a ideia é que virem corretora, entrando em operação no ano que vem.
Para isso, precisam ainda da autorização do Banco Central. Unidas, a BRA, fundada por Illan Besen, e a BS, de Rodrigo Imperatriz, contarão com mais de 100 agentes autônomos e mais de 90 mil clientes na carteira.
“A BRA e a BS estão muito bem-posicionadas em um nicho de mercado promissor, que é o atendimento ao cliente mais focado em renda variável, principalmente quando olhamos mercados mais desenvolvidos e que servem de referência ao Brasil”, diz Guilherme Sant’Anna, sócio-diretor da XP Inc, em nota.
O movimento da XP vem num momento em que a disputa nesse mercado ficará ainda mais acirrada. Na semana passada, o Itaú Unibanco anunciou a compra da Ideal Corretora, mostrando que vai intensificar sua atuação nesse segmento povoado por agentes autônomos.
Além de uma ação defensiva para não deixar que outros concorrentes entrem nos seus domínios, a XP vem abrindo a carteira e assinando cheques polpudos em aquisições desde o início do ano. A companhia de Guilherme Benchimol comprou uma participação no Grupo Suno e também a compra do Banco Modal, por cerca de R$ 3 bilhões.