Na segunda-feira, 14 de fevereiro, um documento arquivado na Securities and Exchange Commission (SEC) revelou que Elon Musk, o bilionário à frente da Tesla, doou 5 milhões de ações da empresa, no valor de US$ 5,7 bilhões, a uma instituição de caridade, não revelada, em novembro do ano passado.
Em 2021, ele também vendeu 15,7 milhões de ações da Tesla, por mais de US$ 16,4 bilhões. Mas, apesar desse “desapego”, Musk é, de longe, o maior acionista individual da empresa, com uma participação de 17%. Um índice que supera, inclusive, a fatia que ele detinha há um ano na operação.
A mágica por trás dessa equação é explicada por um componente: o pacote de compensações de Musk que, em 2012, recebeu 22,8 milhões de opções em papéis da Tesla, avaliadas em cerca de US$ 28 bilhões no ano passado, quando ele começou a converter essas opções em ações da empresa.
De acordo com uma reportagem da rede americana CNBC, as opções tinham um preço fixado de apenas US$ 6,24. Na época em que o bilionário passou a exercê-las, a partir dessa "pechincha", os papéis da Tesla estavam sendo cotados em mais de US$ 1 mil.
A cada conversão, Musk passou a vender, simultaneamente, papéis da Tesla para pagar os impostos, dado que as opções são tributadas como renda. Essa questão motivou um tuíte do empresário em dezembro, no qual ele afirmava que iria pagar mais de US$ 11 bilhões em impostos em 2021.
O fato é que, no saldo das compras por uma cotação inferior e das vendas na esteira da valorização da companhia, Musk conquistou ainda mais espaço entre os acionistas da Tesla. Segundo o documento, hoje, ele tem 172,6 milhões de ações da companhia, avaliada em US$ 947 bilhões.
Além da fatia polpuda na empresa e do status de homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 227 bilhões, Musk também ostenta o título de CEO mais bem pago dos Estados Unidos, por três anos consecutivos, de acordo com o Bloomberg Pay Index.
Em 2020, última edição divulgada pelo ranking, ele acumulou US$ 6,7 bilhões em remunerações. O montante foi quase 12 vezes maior do que os US$ 568,4 milhões que Mike Pikosz, CEO da companhia de saúde Oak Street Health, o segundo colocado do levantamento, recebeu no período.