Xô, 2022! Depois de enfrentar o pior período de sua história, marcado pela demissão de 11 mil funcionários e a perda de quase US$ 700 bilhões em valor de mercado, a Meta dá boas-vindas a 2023. Pelo menos é o que pensam os investidores. Uma pesquisa realizada pelo banco JP Morgan traz a controladora de Facebook, Instagram e WhatsApp como a empresa de internet favorita para investimentos nesse novo ano.
Na pesquisa da instituição financeira, 41% dos entrevistados elegeram a companhia fundada por Mark Zuckerberg como a ação que apresentará o melhor desempenho. Logo após a divulgação, no início do pregão de terça-feira, 10, os papéis da Meta tinham valorização de 0,7%, um desempenho que melhorou ao longo do dia e alcançou a alta de 2,1%.
Para o JP Morgan, na contagem geral, a Amazon é a segunda grande promessa de 2023, com 36% dos votos. Na categoria “comércio eletrônico”, a companhia de Jeff Bezos ocupa a liderança. Em contrapartida, a Netflix foi apontada pelos investidores como a big tech que deve ter o pior desempenho no ano. As ações das duas empresas subiram 1,8% e 1,5%, respectivamente, no fim da manhã.
As três companhias tiveram um ano terrível em 2022. No período, os papéis da Meta chegaram a cair 64%; os da Netflix, 51%; e os da Amazon, 50%. Ao ver sua fortuna minguar US$ 100 bilhões, Zuckerberg saiu do topo da lista dos homens mais ricos do mundo.
Em 2022, a indústria de tecnologia amargou perdas gigantescas. Nenhuma das 15 empresas americanas mais valiosas do setor chegou ao final do ano com resultados positivos. Os prejuízos totalizaram cerca de US$ 7,14 trilhões e cerca de 130 mil funcionários foram demitidos.
A recessão teve um impacto grande para o caos, mas a crise das big techs teve particularidades específicas do setor de tecnologia. O isolamento social imposto pelo novo coronavírus levou a um aumento de receita. O entusiasmo levou as empresas a ampliarem seus investimentos. Como se veria mais tarde, o “novo normal” não era tão novo assim.
O baque foi maior para a Meta. Além das dificuldades inerentes à crise, a gigante de Menlo Park teve de enfrentar ainda a concorrência do TikTok, da chinesa ByteDance, e as mudanças nas políticas de privacidade e compartilhamento de dados da Apple – o que implicou na venda de anúncios da Meta. A companhia sofreu ainda com os investimentos pesados de Zuckerberg no metaverso, que agora assiste à chegada da Apple nesse segmento.
Se depender dos investidores do JP Morgan, o inverno está chegando ao fim. “Os entrevistados em nossa pesquisa esperam que o setor de internet dos Estados Unidos supere ligeiramente o S&P 500, ao longo deste ano”, diz Doug Annuth, analista do banco.
Conforme o levantamento, 43% dos consultados calculam que as ações das empresas de internet, ponderados pelo valor de mercado, subam mais de 5% em 2023. A título de comparação, 30% especulam que o S&P 500 atinja esses ganhos.
Os investidores citam as avaliações atraentes, as bases menores de comparações ano a ano e melhores fluxos de caixa e margens como as principais forças impulsionadoras do setor de internet. Quanto aos entraves, estão a inflação e a desaceleração na receita e no crescimento.
Para além das big techs, outras duas empresas foram apontadas como promissoras no estudo do JP Morgan. Entre as mid caps, a preferência recaiu sobre as ações do Match Group, dono do aplicativo de encontros Tinder. Já no universo das small caps, e eleita foi a varejista de moda Farfetch.