Em um momento em que o mercado atravessa o que vem sendo chamado de “inverno cripto”, por conta das quedas abruptas de valores das criptomoedas, o Nubank dá mostras que esse segmento está longe de esfriar.
A fintech revelou com exclusividade ao NeoFeed que atingiu 1 milhão de clientes transacionando em sua plataforma de criptomoedas, a Nucripto, no Brasil. O que chama a atenção foi o tempo em que alcançou esse patamar.
“Estamos super impressionados com a velocidade. Era uma meta para um ano de operação e atingimos em três semanas”, diz David Vélez, cofundador e CEO do Nubank, ao NeoFeed.
A plataforma foi lançada em fase de testes, em maio, para poucos usuários e aberta para os 60 milhões de clientes em junho. Ali, podem ser comprados e guardados Bitcoin e Ethereum a partir de R$ 1,00.
Aos poucos, diz Vélez, a plataforma deverá agregar outras moedas. “É uma experiência fácil de investir, mas queremos evitar especulação”, afirma o empreendedor. “Por isso, temos criado conteúdos de educação.”
Esse é, na verdade, um primeiro passo da fintech na área de Web3. Outras novidades como tokenização de ativos, a exemplo do que Mercado Bitcoin faz e que o Itaú anunciou na semana passada, devem entrar no futuro.
A plataforma cripto do Nubank vem também no momento em que grandes players têm se movimentado para ocupar um espaço de destaque em meio a uma invasão de players internacionais como Binance, Cripto.com, FTX, Gemini, entre outras.
Além de Mercado Bitcoin, que foi pioneira no segmento, bancos como BTG e plataformas como a Avenue, investida pelo Itaú, lançaram suas exchanges. A XP, por sua vez, está perto de inaugurar uma. O PicPay também criou uma unidade de Cripto e Web3 e vai listar sua moeda própria nas principais exchanges do mundo.
O avanço veloz do Nubank na área de cripto também traz uma outra perspectiva para a fintech. “É a prova do nosso grande potencial de cross sell para a nossa base de clientes”, afirma Vélez.
No primeiro trimestre deste ano, o Nubank contava com 46,5 milhões de clientes ativos. E a receita média por cliente atingiu US$ 6,7. Ao trazer mais verticais, a fintech vai aumentando a receita.
“Começamos com cartões, depois lançamos a NuConta, viemos com seguros, investimentos, cripto”, diz Vélez. E prossegue. “Vamos criar outras unidades de negócios mais para frente.”
O Nubank sabe que precisa convencer o mercado. A companhia abriu capital, em outubro do ano passado, com suas ações negociadas a US$ 11,8 e hoje estão cotadas em US$ 4,1 – uma queda de 65,3%. A empresa é avaliada em US$ 19,17 bilhões.
“Eles estão agilizando a eficiência, cortando alguns custos e ajustando taxas, enquanto a recente anúncio de redução de custos de captação, a nosso ver, mostra que eles entendem o aumento urgência para obter lucro”, escreveram os analistas do BTG Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura.