Na semana passada, quando uma reportagem da Folha de São Paulo trouxe informações de que o Banco Central estava enxergando indícios de lavagem de dinheiro em operações da corretora de criptoativos chinesa Binance no Brasil, o CEO do Mercado Bitcoin, Reinaldo Rabelo, se pronunciou na rede social Linkedin.

“É o famoso “eu avisei”, né Israel Salmen e Davi Holanda? Era óbvio que movimentar R$ 40 bilhões sem querer saber de onde o dinheiro vinha não parecia uma medida adequada para uma instituição regulada pelo Banco Central do Brasil”, escreveu Rabelo diretamente a Salmen, fundador e CEO da Méliuz, companhia que comprou o Acesso Bank, comandada por Holanda.

Segundo a reportagem, “as corretoras de criptomoedas precisam ter um parceiro financeiro, como um banco (regulado pelo BC), para realizar as operações, mas o dinheiro movimentado pelos clientes não precisa circular em contas correntes individuais.” Essa operação vinha sendo feita pela Capitual e pelo Acesso até ser rompida no mês passado.

Agora, estaria sendo feita pela Latam Gateway e o Banco BS2, também “cutucado” no post de Rabelo na rede social corporativa. “Como empreendedor, minha missão é falar sobre o que estou fazendo e sobre como o mercado deveria estar organizado. Para isso, eventualmente, vou falar de quem traz caos, problemas e desorganização ao mercado”, diz Rabelo ao NeoFeed.

O empreendedor e executivo prossegue. “Não é nenhuma questão direcionada a Binance. Acabo escrevendo coisas e mencionando o nome da Binance porque se tornou mais relevante do que outras. Mas, igual a Binance, existem a Cripto.com, a Coinbase, a FTX, a Gemini, a Paxos. Todas atuando da mesma forma”, dispara Rabelo.

“Com o modelo que usam aqui, FTX, Binance e Coinbase foram expulsas de outros países”, diz ele. Indagado pelo NeoFeed, se a Binance deveria ser expulsa do Brasil, ele não titubeia. “Nesse modelo, sim. A gente não precisa de exploradores na nossa economia, precisamos de investidores na nossa economia. Precisamos atrair dinheiro bom, não dinheiro de exploração”, afirma.

Na entrevista que segue, além da questão concorrencial e da regulação de mercado, Rabelo fala sobre a evolução do Mercado Bitcoin, do Grupo 2TM. No ano passado, a companhia recebeu um aporte de quase US$ 300 milhões, liderado pelo Softbank, num valuation de US$ 2,15 bilhões.

Além do famoso fundo, outros nomes tarimbados como Mercado Livre e Genial se tornaram acionistas da companhia que saiu de 100 funcionários para quase 700 – mesmo que, recentemente, tenha cortado cerca de 90 profissionais. Sua base de clientes atualmente está na casa dos 4 milhões de usuários únicos, dos quais 1,5 milhão são ativos.

“A exchange é uma parte relevante do MB, mas não é só isso o que o MB se tornou. Temos condições de ter participações em outros segmentos”, diz ele sobre os próximos passos da companhia, que busca autorização para se tornar Instituição de Pagamento

Entre os segmentos, Rabelo elenca pagamentos, transferências internacionais, investimentos tradicionais. “Somos identificados com cripto, e não queremos perder essa identidade, mas tudo aquilo que não for cripto e permita que o nosso cliente tenha uma experiência mais completa, traremos para dentro da plataforma.” Acompanhe os principais trechos da entrevista:

Qual é o momento do Mercado Bitcoin?
Somos uma startup velhinha do mundo cripto. O MB tem quase dez anos, foi fundado em 2013 por amigos de faculdade, e até 2018 seguiu a mesma linha de modelo de negócios que era de um marketplace para conectar a pessoa que queria comprar bitcoin e a que queria vender. Em 2018, vivemos aquele inverno cripto que foi assustador e o mercado ficou praticamente paralisado por quase um ano até que o Facebook surgiu com a Libra e reanimou o mercado no meio de 2019. Nessa época, refundamos o MB e viramos o que somos hoje, deixando de ser só um marketplace de criptoativos para ser uma infraestrutura de mercado financeiro, de capitais, de investimentos e transações digitais.

Qual é a diferença?
A crise ajudou a gente a repensar a estratégia e se reconectar com a nossa visão de negócios. Já vínhamos com a ideia de usar mais o blockchain do que só facilitar compra e venda de ativos gerados em blockchain. Queríamos construir coisas em blockchain. E fomos adquirindo capacidades, competências e licenças para, de fato, explorar essa nova infraestrutura que queríamos construir. Fomos os primeiros a construir a primeira tokenizadora do Brasil, a MB Tokens, hoje MB Digital Asset. Adquirimos também a Parmais para oferecermos fundos, submetemos uma licença de crowdfunding na CVM. Agora a regulação permite criar uma bolsa de startups.

Vocês pretendem criar uma bolsa de startups?
Sim, já temos de certa maneira todas as capacidades para fazer, a regulação que não permitia. Se eu representar o investimento nas startups como token, o que a CVM não proíbe, poderei fazer essa listagem dentro da plataforma. Nos próximos meses, poderemos interagir totalmente dentro da plataforma. A experiência vai ser parecida com a de uma bolsa, de compra e venda de ação. Acho que essa evolução de normas é também um processo por essa busca por licenças, por autorização, relacionamento com o regulador.

“A experiência (da bolsa de startups) vai ser parecida com a de uma bolsa, de compra e venda de ação”

Como é essa relação?
Muitas vezes, o debate nas redes sociais está dentro desse contexto. Porque eu preciso me posicionar de que lado vou inovar. Vou inovar buscando convencer o regulador de que a norma está envelhecida e pode ser melhorada ou vou inovar brigando com o regulador, partindo para o lado do ilícito, da ilegalidade e eventualmente da criminalidade? Evidentemente, estamos do lado de construir coisas novas provocando o regulador para mudar as normas que são ultrapassadas e podem ser revistas.

Vocês estão em processo para ter a aprovação do Banco Central para virar uma instituição de pagamento. O que isso muda para a empresa?
Basicamente, viramos uma estrutura muito parecida com a de um banco digital com a exceção de não ter crédito. Mas conseguiríamos fazer rentabilização de contas, transferências entre contas, transferências entre países. Desde 2018, a gente vem trabalhando na construção de uma instituição de pagamento. Estamos em processo no BC e temos uma estrutura bem robusta de banco médio, com um player como Matera servindo como nossa infraestrutura de segregação de contas. Achamos que esse mundo cripto se conecta com esse mundo de pagamentos e estamos preparados para isso. A Exchange é uma parte relevante do MB, mas não é só isso o que o MB se tornou. Temos condições de ter participações em outros segmentos.

Quais?
Pagamentos, transferências internacionais, investimentos tradicionais, investimentos internacionais. Somos identificados com cripto, e não queremos perder essa identidade, mas tudo aquilo que não for cripto e permita que o nosso cliente tenha uma experiência mais completa, traremos para dentro da plataforma.

“Quando o mercado está parado e o cliente não quer aumentar a aposta dele em cripto, já temos tokens com característica de renda fixa”

Por exemplo?
Quando o mercado está parado e o cliente não quer aumentar a aposta dele em cripto, já temos tokens com característica de renda fixa. O cliente consegue colocar o dinheiro dele em uma experiência cripto, mas que traz um resultado parecido com o que ele conhece de renda fixa, só que melhor. Com rentabilidade maior, com possibilidade de ir a secundário, com transparência maior, com menos intermediários. É isso o que a gente acha que a tokenização faz no mercado de renda fixa, uma disrupção. Retiro vários intermediários no meio do caminho que estão consumindo parte da rentabilidade dos clientes.

Esse novo inverno cripto pode afugentar os investidores?
No ano passado, vimos muitos clientes que não operavam desde 2018, o inverno anterior, voltando a operar. Ou seja, prejudica durante o inverno. É o mesmo que acontece com a bolsa.

Mas a indústria cripto tem um desafio a mais, que é a credibilidade. Muita gente ainda tem medo de investir em cripto. Vimos grandes nomes do mercado, como Jamie Dimon, do J.P. Morgan, chamando cripto de ouro de tolo. Há casos recentes de congelamento de transações em plataformas grandes. Isso não é um problema para a indústria?
Sem dúvida nenhuma. Mas acho que, quem se dedica a cripto, sabe as diferenças entre comprar bitcoin no ETF, numa plataforma de ecommerce que tem cripto; numa Exchange como o Mercado Bitcoin, que está no Brasil e segue as regras locais; e numa pirata pontocom que está no metaverso e parece bom para ser verdade. A nossa luta no mercado é para que as leis sejam aplicadas. Não quero parecer competir com um player que atua de forma totalmente irresponsável. Não sou igual a quem atua assim. Como o consumidor desavisado vai diferenciar o Mercado Bitcoin com um pirata que tem fotos com o presidente da França? O único modo de isso acontecer é se, quem age mal, for punido. Infelizmente, nossos reguladores são muito presos a questões muito específicas de lei. Temos observado uma demora grande para os órgãos de controle tomarem pé da situação. No caso de cripto, é algo que beira o absurdo.

“A nossa luta no mercado é para que as leis sejam aplicadas. Não quero parecer competir com um player que atua de forma totalmente irresponsável. Não sou igual a quem atua assim”

Por quê?
Eu, como Mercado Bitcoin, só porque tenho CNPJ no Brasil, sou obrigado a pagar Imposto de Renda, PIS-Cofins, ISS, meus clientes são obrigados a pagar ganho de capital, tenho que informar a Receita Federal, seguir a LGPD, tenho que reportar operações suspeitas ao Coaf. Eu não posso lidar com traficantes e lavadores de dinheiro. Mas o cara, só porque o CNPJ dele está na Lituânia, pode? Isso é o absurdo do absurdo porque ele está prestando o mesmo serviço que eu. A plataforma dele está em português, ela é oferecida para brasileiros, usa o sistema financeiro brasileiro e permite a criminalidade se estabeleça no nosso país. A gente tem tentado impulsionar os reguladores, não para que eles punam A ou B, mas para que eles definam a regra do jogo. Quero jogar igual ao meu competidor. Não posso aceitar que eu só posso dar golpe acima da linha da cintura e eu não tenho linha da cintura para ser respeitada quando sou golpeado. Não tem competição assim.

Aliás, você postou no Linkedin um texto que trazia uma reportagem da Folha de São Paulo mostrando que o Banco Central vai investigar a Binance por lavagem de dinheiro e relatou outra da Reuters relacionando a Binance a transações em países mundialmente sancionados...
O empreendedor brasileiro não tem uma missão só com a empresa, tem uma missão com o ecossistema em que ele está estabelecido. Acredito que todos os empreendedores do mundo cripto têm a obrigação de organizar o ecossistema e trazer modelos de negócios que sejam, de fato, interessantes para a sociedade. Como empreendedor, minha missão é falar sobre o que estou fazendo e sobre como o mercado deveria estar organizado. Para isso, eventualmente, vou falar de quem traz caos, problemas e desorganização ao mercado. Não é nenhuma questão direcionada a Binance. Acabo escrevendo coisas e mencionando o nome da Binance porque se tornou mais relevante do que outras. Mas, igual a Binance, existem outras como Cripto.com, a Coinbase, a FTX, a Gemini, a Paxos. Todas atuando da mesma forma.

Como?
Fazendo arbitragem regulatória, trabalhando em processos que não são aderentes a regras de prevenção a lavagem de dinheiro, a financiamento do terrorismo, a evasão tributária, a evasão de dinheiro oriundo de corrupção. Todas elas exploram a fragilidade do aparato de fiscalização do nosso Estado. Muitas delas atuam em outros mercados e respeitam. Como a FTX atua nos Estados Unidos? Como a Binance atua nos Estados Unidos? Como a Coinbase atua nos Estados Unidos? É muito diferente de como elas atuam aqui. Essa é uma pergunta que os veículos que trabalham com informação deveriam fazer para os executivos das empresas que atuam aqui. ‘Nos Estados Unidos, você paga seus impostos? Nos Estados Unidos, você respeita a legislação local? Nos Estados Unidos, você respeita o consumidor local? Por que não respeita o brasileiro? É um instinto colonizador ou é uma exploração da nossa fragilidade institucional? Você se orgulha disso?’. Eu não me orgulharia de estar atuando no papel de um executivo de uma empresa estrangeira que está aqui destruindo valor do nosso ecossistema cripto que poderia ser muito mais robusto.

“Como a FTX atua nos Estados Unidos? Como a Binance atua nos Estados Unidos? Como a Coinbase atua nos Estados Unidos? É muito diferente de como elas atuam aqui”

Isso acontece em outros países?
Com o modelo que usam aqui, FTX, Binance e Coinbase foram expulsas de outros países. A Coinbase foi expulsa da Índia, a Binance foi expulsa de quase todos os países – só não foi expulsa da França porque, sei lá, acho que teve um apoio para a campanha do presidente (Emmanuel Macron) nas últimas eleições. Ela foi expulsa do Canadá, da Austrália, do México... Se você olhar os 20 principais países, o Brasil talvez seja o único onde ela atua nesse modelo.

Você acha que a Binance deveria ser expulsa do Brasil?
Nesse modelo, sim. A gente não precisa de exploradores na nossa economia, precisamos de investidores na nossa economia. Precisamos atrair dinheiro bom, não dinheiro de exploração. A gente sofre de exploração comercial desde a descoberta do nosso país. Temos capacidade de construir produtos sofisticados aqui, temos possibilidade de ter empresas cripto relevantes aqui. Como a gente vinha tendo, antes de sofrer esse abuso de arbitragem regulatória. Não só o Mercado Bitcoin como a Foxbit e a BitcoinTrade eram empresas que vinham crescendo e entregando valor ao ecossistema.

O que achou desse movimento do BC relatado na Folha de São Paulo?
Esse movimento do Banco Central parece mostrar que, pelo menos o BC, entendeu que o risco é gigantesco de ter uma plataforma ocultando origem de dinheiro dentro de um mixing. Se uma Exchange de criptomoeda não tiver os controles, acaba misturando o dinheiro bom e o ruim. Pelo que eu entendi, o comunicado do BC para a Méliuz ou Acesso Bank mostra isso.

O quê?
Como você transacionou R$ 40 bilhões em 2021 se você não sabe nem quem te mandou R$ 1.? E se quem te mandou esses R$ 40 bilhões é um traficante de drogas ou um terrorista? Como você garante que esse cara não usou o sistema financeiro brasileiro se você não perguntou quem era? Chega a ser irresponsável a atitude dos gestores dessas instituições financeiras de não ter buscado entender de onde vinham aqueles R$ 40 bilhões que foram transacionados. Como os processos no Brasil, mesmo os sigilosos, acabam de alguma maneira sendo descobertos, espero que a gente descubra muito mais coisas interessantes nessa disputa entre Binance, Capitual e Acesso Bank. Antes, a Binance operava nos EUA como eles operam aqui. Até que eles foram expulsos de lá.

“E se quem te mandou esses R$ 40 bilhões é um traficante de drogas ou um terrorista? Como você garante que esse cara não usou o sistema financeiro brasileiro se você não perguntou quem era? Chega a ser irresponsável a atitude dos gestores dessas instituições financeiras”

Você fala sobre o modo como operaram no exterior e aqui. Quais são as diferenças?
Um jornalista investigativo da Forbes (publicação que hoje tem a Binance como uma das principais acionistas) acabou mostrando como era o processo. Eles usavam uma empresa de software, que acessava o sistema financeiro e essa empresa tinha conta em um banco. Ela recebia o dinheiro, avisava a Binance lá na Lituânia que o dinheiro tinha sido recebido e era creditado em dólar na Lituânia. Aqui aconteceu a mesma coisa. A Binance usava a Capitual, que se diz um banco, mas é uma empresa de software, e a Capitual tinha conta na Acesso. Então, o cliente da Acesso ou da Méliuz era a Capitual. Em tese, a Méliuz ou o Acesso Bank não enxergava a Binance. Mas, evidentemente, que ele sabia que era a Binance porque são R$ 40 bilhões entrando na sua conta. É óbvio que você pergunta de onde vem aquele dinheiro.

No seu post, você menciona o Israel Salmen, da Méliuz; o Davi Holanda, da Acesso Bank; e o banco BS2, que passou a operar a conta da Binance via uma intermediária. Conversou com eles?
Com o Israel e o Davi, conversamos diversas vezes sobre os riscos que eles estavam correndo e o prejuízo que estavam causando ao mercado cripto com esse tipo de operação. Eles sempre falaram que não viam irregularidade nenhuma. Sempre fiz questão de não só manter essas conversas no privado como expor publicamente, até para diferenciar a gente de outros players desse mercado. Com o BS2, não teve nenhum tipo de conversa. Acabei mencionando ali muito mais para chamar a atenção, pode ser que não tenha chegado a alta direção, uma forma de alertar que eles talvez estejam entrando em um vespeiro que eles não conhecem.

“Com o Israel e o Davi, conversamos diversas vezes sobre os riscos que eles estavam correndo e o prejuízo que estavam causando ao mercado cripto com esse tipo de operação. Eles sempre falaram que não viam irregularidade nenhuma”

É raro um player do mercado se posicionar de forma tão contundente contra os concorrentes. Isso incomoda muita gente. Você já recebeu algum tipo de ameaça?
Já recebi notificações e isso é parte da própria missão. Se você vai fazer a disrupção e mudar modelos de negócio, isso é parte do jogo. Todo case de inovação passa por essas etapas de fricção. Em 2018, por exemplo, nosso embate era com os bancos. Eles fechavam todas as nossas contas. Não as contas do MB, mas dos nossos sócios, dos familiares dos nossos sócios, dos nossos funcionários. A única ação que o empreendedor tem na mão é buscar apoio dos reguladores, agentes de fiscalização, do mercado, da mídia e das próprias redes sociais. O ganho em contar essa história para mais gente é maior do que o prejuízo de ser processado ou notificado.

De quem você recebeu notificação?
Prefiro não falar, mas posso dizer que 90% das pessoas que eu cito.

A competição com essas plataformas que você diz fazer arbitragem regulatória canibaliza o mercado?
No caso desses players, o ganho maior que eles têm nessa disputa desleal é que eles acabam tendo mais recursos, porque não pagam impostos. Você pode reduzir suas taxas, ampliando suas operações e o marketing. Em vez de pagar impostos no Brasil, patrocina um estádio, um campeonato, para ganhar mais visibilidade.

A XP, o BTG, o PicPay entraram no mercado de cripto. O Itaú lançou uma unidade para tokenizar ativos financeiros. Isso ajuda a profissionalizar o mercado?
Sem dúvida. No aspecto profissionalização, ajuda a definir boas práticas e a cobrar do regulador uma equidade competitiva. Difícil acreditar que a XP, atuando como Exchange, aceitaria a Binance dizer que é tão Exchange como a XP vai ser. Acredito que ela se incomodaria com esse tipo de competição baseada em arbitragem regulatória.