Um dos maiores desafios da gestão de pessoas é o feedback. Os liderados reclamam que não o recebem. Os líderes reclamam que não são ouvidos.

As empresas criam instrumentos formais e até a obrigação temporal de que os gestores formalizem os feedbacks. É uma confusão só, causa de clima organizacional ruim, ruptura de confiança e perda de profissionais.

Antes de mais nada vale tentar contextualizar o que penso sobre o assunto. Não gosto!!! Tira o back!! Olha para frente, ahead, forward, aí já começo a simpatizar.

É que normalmente os gestores usam o feedback para apontar erros passados, ou elogiar atitudes que passaram, mas não olham para isso como uma oportunidade ou compromisso de mudança de atitudes, comportamentos ou performance futura.

E os liderados tratam de ficar justificando erros ou comemorando acertos passados, em vez de alavancar a experiência como alicerce para crescimento.

O bom gestor trabalha pelo futuro das pessoas. Conhece os sonhos, não os interpreta. Tira os obstáculos, não planta armadilhas.

O bom gestor trabalha pelo futuro das pessoas

Se interessa pela pessoa, olha para o todo, não apenas para as questões relacionadas ao perfil profissional ou do cargo. Bate-papo e ouve com o coração, conhece pelo olhar e reconhece a pessoa em seu todo.

Sendo assim, primeiro as pessoas, depois as metas. O bom gestor não apenas pratica feedbacks, usa toda sua liderança para impulsionar as pessoas para frente, construindo o futuro todo santo dia.

Na falta de bons gestores, as empresas vão colocando instrumentos e regras. Triste, principalmente porque culpa o termômetro pela febre.

Na falta de bons gestores, as empresas vão colocando instrumentos e regras

Um exemplo clássico é o dia do feedback, ou seja, reconhecemos que não se faz cotidianamente e instituímos um período em que todos recebem os feedbacks formais.

Lembra uma música antiga da Baby Consuelo que dizia “todo dia era de índio, mas agora eles só têm o dia 19 de abril”. “Hoje é dia de avaliação, que legal, já fiz e agora só volto a falar com o fulano daqui a seis ou doze meses.” E aí vamos ver se ele melhorou.

Um aviso, nesse meio tempo, na sua ausência, um dia aparece um gestor e leva o coração do seu subordinado. Depois não diga que não foi avisado.

Vamos ter em mente que feedback é instrumento, ferramenta, algo para apoiar a gestão, não um fim em si próprio. Que tal olhar para frente e usar essa ferramenta como suporte para encarar o futuro?

Que tal olhar para frente e usar essa ferramenta como suporte para encarar o futuro?

Para cada ponto de melhoria, um plano de ação. Para cada ponto forte, um novo desafio. Se é para ficar remoendo o passado, o profissional recomendado é o terapeuta, nunca seu chefe.

Aos gestores, duas coisas fundamentais.

Você está diante de um profissional de valor, portanto use este momento para tocar na alma, elogie as coisas positivas, pois elas existem. E a falta de reconhecimento acaba com a motivação de qualquer ser humano.

Olhe a sua responsabilidade, a sua missão, lembre que tocar na alma de alguém é pisar em solo sagrado, como dizia Stephen Covey.

E nunca, nunca use os dias de mau humor ou de crise para dar feedbacks, pois não é na tempestade que se aprende a navegar, mas quando o tempo está bom.

Fechamos este artigo com Goethe: “Trate um homem como ele é e ele continuará sendo como é. Trate-o como ele pode e deve ser, e ele se tornará o que pode e deve ser”. Fazendo assim você vai receber a maior recompensa da gestão, o sucesso dos que trabalham contigo.

*Leonel Andrade foi CEO da Smiles, Credicard e Losango Financeira. Atualmente, é membro do Conselho de Administração da BR Distribuidora. Também faz palestras sobre gestão de pessoas e negócios.

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