A Multilaser pode triplicar de tamanho nos próximos cinco anos, de acordo com o Bank of America (BofA), em relatório que começa a cobertura da empresa.

Em relatório assinado pelos analistas Robert E. Ford Aguilar, Melissa Byun e Guilherme Vilela, eles estabeleceram um preço-alvo de R$ 16 à ação da Multilaser, um valorização de mais de 70%.

Em 2020, as vendas da Multilaser foram de R$ 3,1 bilhões. E, na estimativa dos analistas do BofA, vão atingir R$ 9,5 bilhões em 2025.

Os analistas escreveram que os principais elementos desse crescimento são a joint venture com a Nokia para smartphone; e as parcerias com Toshiba, para smartTVs, e ZTE, para infraestrutura de internet.

Na visão dos analistas, a saída da LG do mercado brasileiro de smartphone deixa um vácuo de R$ 5 bilhões no mercado brasileiro, que eles acreditam que possa ser explorado com a joint venture com a Nokia.

A infraestrutura para provedores de internet também é considerada uma oportunidade de R$ 1 bilhão à Multiaser. “As velocidades mais rápidas e os custos mais baixos desencadearam o surgimento de centenas de operadoras regionais em todo o Brasil, ansiosas por escalar e aumentar a densidade”, escreveram os analistas.

A Toshiba pode ser uma marca de R$ 1,5 bilhão nos próximos anos, na visão do BofA. Esse número se baseia no fato de que um quarto das televisões brasileiras continua a ser de tubo e apenas 27% dos lares têm uma smartTV capaz de transmitir diretamente o conteúdo da internet ou se conectar a um dispositivo móvel.

“O licenciamento da Toshiba pela Multilaser no segmento de televisão adiciona o maior valor percebido da marca e permite que ela explore mais agressivamente um mercado endereçável de R$ 18 bilhões”, informa o relatório do BofA.

A Multilaser abriu o capital em julho deste ano, quando captou R$ 1,9 bilhão em uma oferta exclusivamente primária. Em entrevista ao NeoFeed, o CEO e fundador, Alexandre Ostrowiecki, disse que um dos planos da companhia é se internacionalizar. A América Latina, a África e a Europa estão nos planos.

“Nós queremos repetir o que fizemos no mercado brasileiro”, disse Ostrowiecki, em entrevista ao NeoFeed. “Estamos com metas bem agressivas e entendemos que esse braço de exportações tem tudo para ser bem relevante na nossa operação.”