A Monashees está ampliando a sua aposta no mercado colombiano. O fundo de investimento brasileiro está realizando um novo aporte na Simetrik, startup colombiana que desenvolveu uma plataforma de infraestrutura que facilita processos contábeis dentro de empresas de comércio eletrônico, bancos e fintechs.
No valor de US$ 24 milhões, a injeção de capital veio numa rodada de Série A liderada pelo fundo americano de venture capital Fintech Collective e que contou ainda com a participação da Tiger Global e da Moore Capital. Outra investidora antiga da empresa como a Monashees, a Cometa também participou da nova rodada, além de investidores-anjo.
Fundada em 2019 por Alejandro Casas e Santiago Gómez, a Simetrik desenvolveu uma plataforma de reconciliação automática de dados de transações. Trata-se de um processo contábil que permite checar inconsistências e anormalidades ao comparar diferentes listas de movimentações financeiras. A solução permite gerar relatórios diários que facilitam o controle das operações e previne fraudes.
A startup já escalou sua operação para 22 países e manteve um crescimento médio de 20% ao mês no ano passado. A empresa não revela dados de faturamento, mas diz que já processa o volume total de processamentos que supera US$ 75 bilhões. Entre os principais clientes estão empresas como Mercado Pago, Nubank, Rappi, RecargaPay, Clara, entre outras.
A injeção deve acelerar esse crescimento com o desenvolvimento de novos produtos e na contratação de mais desenvolvedores. A companhia vai usar uma parte do dinheiro para consolidar sua posição na América Latina. “O Brasil é o maior mercado da América Latina e o coração dessa estratégia”, diz Alejandro Casas, CEO e cofundador da Simetrik
O plano no País é ganhar mercado não apenas entre fintechs brasileiras, mas também entre as startups estrangeiras que consolidaram seus negócios por aqui. Um exemplo é a Rappi. Também está na lista de objetivos da Simetrik turbinar a carteira de clientes com gigantes do mercado, como bancos tradicionais e varejistas de grande porte.
Por aqui, a startup colombiana terá concorrentes como a catarinense ContaAzul. Com sede em Joinville, a empresa já levantou US$ 37 milhões em aportes. Entre os investidores, inclusive, estão a Monashees e a Tiger Global. A paranaense Koncili, com sede em Maringá, é outra rival no setor e movimentou mais de R$ 36 bilhões em transações no ano passado.
A rivalidade pode crescer com novos competidores que vão surgir com o desenvolvimento de novas soluções da Simetrik, como uma solução de gateway de pagamento, tecnologia que funciona como uma ponte entre o consumidor, o banco e a operadora de cartão.
“Não temos competidores diretos que podemos apontar e dizer que fazem a mesma coisa que a gente”, afirma Casas. “Mas há companhias com algumas similaridades e que podem se tornar competidores diretos no futuro.” O executivo citou como exemplo a Hash, que já levantou US$ 58,7 milhões em aportes, e a Tuna, startup que tem entre os fundadores Alex Tabor, ex-CEO do Peixe Urbano.
Para o futuro a meta é expandir o negócio para mercados ainda pouco ou ainda não explorados, como Europa, Oriente Médio, África e Ásia. Isso só deve começar a sair do papel depois que a empresa captar mais um aporte junto a investidores do mercado privado. A previsão é de uma rodada de Série B neste ano ou no começo de 2023.
De olho na Colômbia
Do lado da Monashees, a empresa de venture capital fundada por Eric Acher e Fabio Igel está de olho em oportunidades de investimento na América Latina. No ano passado, a companhia começou a levantar US$ 700 milhões para dois novos fundos de investimento voltados para a região, com US$ 350 milhões cada um.
No mercado colombiano, a principal tacada foi a Rappi, que já recebeu mais de US$ 2,2 bilhões em aportes. Os aportes realizados ainda nas primeiras rodadas de captação da startup de delivery auxiliaram a empresa na questão financeira e na expansão para o mercado brasileiro, o que aconteceu em 2017.
Além da Rappi, a Monashees também investiu nas startups colombianas Addi, de soluções de crédito financeiro; Chiper, que atua com a transformação digital de lojas de conveniência; Frubana, que conecta fazendeiros a restaurantes; Liftit, que conecta expedidores de cargas com motoristas para realizar a entrega na “última milha”; e Tul, um marketplace B2B voltado para a construção civil.