Desde que o termo Inteligência Artificial (IA) foi usado pela primeira vez, durante um seminário nos Estados Unidos na década de 1950, muita coisa mudou. A principal alteração, porém, é que a relação homem-máquina deixou de ser só um pensamento futurista.

Hoje, as inovações nesta área estão presentes em diferentes frentes dos negócios e na vida das pessoas, simplificando uma série de tarefas. Mas é preciso ponderar que, além de aproveitar o avanço dessas tecnologias, também é necessário que as companhias e equipes se preparem para todas as condições desse novo ambiente.

Para as organizações, a expansão dos conceitos baseados em Inteligência Artificial deve trazer vantagens competitivas na mesma proporção em que exigirá mudanças de dinâmica e segurança. Estima-se que, até 2021, a adoção de ferramentas inteligentes impulsionará o faturamento global da indústria em aproximadamente US$ 2,9 trilhões, gerando mais eficiência, economia e assertividade nos processos.

Em contrapartida, a nova base tecnológica trazida pela digitalização das redes também ampliará o desafio de gerenciar e proteger as informações em todas as etapas de trabalho. Mais do que nunca, as empresas estarão sujeitas a ataques cibernéticos.

Para facilitar mais a rotina das empresas e garantir a segurança de seus dados, os processos de automação ficarão mais complexos, demandando mais especialização para sua gestão e para garantir a integridade das informações. Assim, ao mesmo tempo em que as máquinas permitirão reduzir os esforços para se realizar tarefas simples do dia a dia, as redes automatizadas também exigirão maior foco das organizações e equipes.   

Nesse cenário, o importante, então, é pensar como as corporações atuais podem se preparar para acompanhar esse novo cenário. A resposta exige atenção e aprendizado recorrente, com a certificação e capacitação de profissionais em segurança digital.

Investir em inovação e pesquisa é extremamente recomendável para as empresas facilitarem suas jornadas de adoção da Inteligência Artificial. De acordo com pesquisas globais, mais de 70% dos CIOs (Chief Information Officers) admitem ter insegurança para implementar essas novas ferramentas inteligentes e de aprendizado automatizado.

Até 2020, deveremos mais que dobrar a quantidade de aparelhos e sensores conectados, gerando dados que precisarão ser protegidos

Com a Internet das Coisas (IoT) e o Aprendizado de Máquina (Machine Learning, em inglês), ambas baseadas em Inteligência Artificial, as companhias terão realmente um verdadeiro arsenal de informações e dispositivos para serem controlados.

Até 2020, deveremos mais que dobrar a quantidade de aparelhos e sensores conectados, gerando dados que precisarão ser protegidos a fim de não se tornarem alvos vulneráveis diante de potenciais ataques. No mesmo ritmo acelerado, a segurança terá que evoluir para garantir a integridade dos dados, assim como a privacidade dos usuários.

Manter a vigilância e ter comprometimento com as políticas de segurança digital são caminhos indispensáveis para o futuro das empresas que buscam manter seus negócios ativos, sem ataques de hackers e perda de dados. Vale lembrar, sempre, que uma estratégia sólida depende de conhecimento e análise por parte dos líderes e profissionais que formam a equipe de especialistas em cibersegurança das organizações.

Ao desenvolver times especializados em segurança digital, as empresas estarão protegendo o que têm de mais valioso: seus dados. É essa formação profissional, baseada em conhecimento, experiência e desenvolvimento contínuo, que poderá sustentar o avanço real dessas organizações em uma nova era totalmente baseada na tecnologia.

Em última análise, ter uma equipe de segurança apta e bem formada tornará muito mais fácil o caminho para que as corporações obtenham sucesso em seus negócios, sem interrupções e sem perda de informações.

A grande questão para as empresas é saber como agir. Para extraírem o melhor potencial das conexões entre homem e máquina, os líderes de segurança devem preparar suas equipes para sempre planejar novas frentes de proteção, já que os invasores evoluem no mesmo ritmo que as tecnologias. Com a ajuda de profissionais certificados, as companhias terão condições de desenvolver estratégias mais eficazes de segurança, que as permitirão ser mais bem-sucedidas no mercado.

Gina van Dijk é diretora regional do Cybersecurity and IT Security Certifications and Training (ISC)² na América Latina desde 2014, liderando o desenvolvimento e a implementação de estratégias, operações e iniciativas da organização em toda a região. Holandesa/nigeriana com coração brasileiro, Gina possui 25 anos de experiência na área de gestão de associações e eventos e começou sua trajetória profissional na MCI Bruxelas, Bélgica, em 1994.