Velhotes, não é possível. Tem alguém jogando Jumanji aqui no Brasil e a gente não sabe ainda quem é.
Mas está igual ao filme, não esse novo que foi refilmado e sim aquele “raiz” do Robin Willians (1951-2014).
A sensação é a de que alguém jogou os dados no tabuleiro e tudo começou a acontecer.
A Covid-19 começou a subir como foguete, quem se dizia liberal se tornou interventor estatal e o cenário político virou de ponta-cabeça.
O ex-presidente Lula que, numa canetada do ministro do STF, Edson Fachin, se tornou elegível, fez discurso e deu uma de Drauzio Varella ao falar da vacina e da máscara.
O presidente Bolsonaro, mesmo que indiretamente, resolveu escutá-lo (Ainda bem!) usando a máscara que estava em seu bolso até com teia de aranha.
Eu e os investidores estamos nos sentindo em Jumanji. Sabe aquela cena em que o chão da casa começa a rachar e se abrir? Parece a Bolsa nesses últimos dias.
Tomara que esse jogo acabe e que alguém apareça no fim gritando: Jumanji!
O brasileiro não tem um minuto de paz
Essa semana comprovou isso. O investidor que já vinha sentindo perdas desde a atabalhoada troca do comando na Petrobras essa semana viu mais volatilidade ao trazer as eleições de 2022 a valor presente (VPL).
Enquanto o Lula ataca de Drauzio Varela e o Bolsonaro lembra de colocar a máscara que estava no bolso, o investidor tenta acompanhar (e rezar) para que o legislativo faça a sua parte em relação à agenda de reformas e manutenção do fiscal. Vamos acompanhar!
Cabo de guerra
A eterna DR (discussão de relacionamento) que tem sido as negociações de valuation entre bancos de investimentos e investidores institucionais agora pendeu para o lado das assets. O IPO de Agrogalaxy que seria precificado essa semana foi adiado pois a companhia não aceitou o desconto pedido pelos gestores.
Haja slide de ppt para vender as teses a um preço que agrade os acionistas. No final, quem se ferra é sempre o estagiário (falando nisso, aproveito o espaço para divulgar que estou com uma vaga de estagiário para trabalhar comigo no perfil. Se você tem interesse e experiência com mídias sociais, dá um toque velhote!).
Parece IPO, mas é M&A
O que não param são as transações entre empresas. No setor de tecnologia, um dos mais aquecidos, tivemos a aquisição da RD Station pela Totvs a um valuation que lembrou um IPO. Os caras pagaram um múltiplo de 10x a receita líquida estimada da companhia.
Se olharmos para startups, também está saindo mais negócio que nos bons tempos de quinta-feira no Porto Luna. Segundo dados do Distrito, o número de M&As envolvendo startups chegou a 178 em 2020 e superou o total de transações dos três anos anteriores. 2021 também segue muito ativo.
GRU, GIG, Nasdaq ou NYSE?
Cada vez mais brasileiros migram seus investimentos para fora do País. A corretora Avenue Securities, por exemplo, viu a média de abertura de contas saltar de 1.000 para 2.000 contas/dia. Em um país onde o futuro é duvidoso e até o passado é incerto, vale a pena considerar essa opção. Quem for ficar na bolsa brasileira, vale olhar os nomes que ao menos tenham receita em dólar (CVM isso não é recomendação, paz).
Make Selic great again!
Semana que vem tem Copom e a expectativa geral é de aumentarmos em 0,5 ponto a taxa básica de juros. Falando nisso, essa semana conversei com uma das vozes do mercado que mais tem batido nessa tecla (quem olhar a curva longa também terá essa percepção). Sergio Machado, 25 anos de tesouraria nas costas, gestor, grande cara! Vale a pena dar uma olhada no Humans of Condado dessa semana.
As próximas duas semanas serão as piores
Ouvimos essa frase há quase um ano, mas dessa vez é ainda pior. Sendo assim não vou recomendar nada que te faça sair de casa. Queria ter aproveitado os últimos dias para conhecer o Gaivota Bar, ali na Leopoldo (Leopoldo Couto de Magalhães, no bairro do Itaim), mas não consegui. Vou pedir no delivery esse fim de semana. Eles têm pratos que misturam frutos do mar com ingredientes da “montanha”, achei disruptivo. Vocês podem pedir ou esperar minha opinião semana que vem para pedir. Bom fim de semana e se cuidem!