As empresas não têm poupado esforços - e cifras - na busca para se posicionar na dianteira da inteligência artificial. Nessa corrida, quem tem despontado, claro, são os cheques bilionários das big techs. E quem está prestes a reforçar essa conta é a Meta.
Segundo informações do The Wall Street Journal, a empresa de Mark Zuckerberg está em negociações avançadas para investir US$ 14 bilhões na Scale AI, em troca de uma fatia de 49% na startup californiana que atua com rotulagem de dados.
Caso seja concretizado, esse movimento vai figurar entre um dos maiores investimentos inorgânicos já feitos pela gigante das redes sociais. E, além da participação na operação, o que está movendo esse interesse da Meta é reforçar seu time com a chegada de Alexander Wang, cofundador e CEO da Scale AI.
De acordo com pessoas familiarizadas com a negociação, o plano da companhia é incorporar Wang à sua equipe para liderar justamente os esforços de inteligência artificial. Como parte da proposta – que ainda está sendo finalizada – outros funcionários da startup seriam incorporados à big tech.
O apetite da Meta pelo acordo tem como pano de fundo as dificuldades que a empresa vem demonstrando para avançar nessa esfera. Entre eles, os contratempos e atrasos no desenvolvimento das versões mais recentes do Llama, o seu modelo de linguagem de inteligência artificial.
Essa disposição também se traduz no fato de que o próprio Zuckerberg vem se envolvendo no recrutamento de profissionais para a área. Um esforço que incluiu, por exemplo, o contato direto com pesquisadores de inteligência artificial via WhatsApp.
A Scale AI seria um atalho para reforçar essa equipe. Mas, diferentemente de outras startups desse segmento, que também estão despertando o interesse das gigantes de tecnologia, a companhia não é um laboratório de pesquisa centrado em construir seus próprios modelos de linguagem do zero.
Fundada em 2016, em São Francisco, a empresa tem um time de mais de 100 mil profissionais distribuídos em todo mundo, que rotulam imagens, escrevem frases e digitam histórias que ajudam chatbots de inteligência artificial a aprender a pensar e falar como seres humanos.
Com essa proposta, a empresa vende seus serviços para a OpenAI, o Google e a própria Meta. Além de já ter captado US$ 1,6 bilhão junto a investidores como Tiger Global, Dragoneer, Founders Fund e Greenoaks.
Nos termos propostos pela Meta, a big tech receberia ações sem direito a voto. Caso a transação inclua ações com direito a voto, Wang teria controle sobre essa fatia. Em outros termos, uma parte do investimento seria doada aos acionistas da Scale AI, que manteriam sua participação na startup.
Caso a negociação avance para um desfecho favorável, o acordo vai engrossar a lista de investimentos feito pelas big techs em startups de inteligência artificial. O caso mais notório, claro, é o da Microsoft, que já investiu mais de US$ 13 bilhões na OpenAI, a dona do ChatGPT, avaliada em US$ 300 bilhões.
Uma das principais rivais da OpenAI, a também americana Anthropic é outro caso em destaque nessa corrida. Com um total captado de US$ 20,7 bilhões, a empresa tem a Amazon como um dos grandes nomes no seu captable.
No fim de 2024, a gigante fundada por Jeff Bezos anunciou um aporte de US$ 4 bilhões na companhia. Exatamente um ano antes, a Amazon já havia anunciado uma rodada inicial na operação, também de US$ 4 bilhões.
Em março desse ano, a Anthropic, que também tem o Google entre seus investidores, concluiu uma extensão da sua rodada Série C, elevando o valor captado para US$ 3,5 bilhões, ante os US$ 2 bilhões buscados inicialmente. Com os novos recursos, a startup foi avaliada em US$ 61,5 bilhões.