O Denver Nuggets levantou o troféu Larry O'Brien de campeão da temporada 2022/23 da NBA na noite de segunda-feira, 12 de junho. O time do Colorado não deu chances para o Miami Heat e fechou a série em 4 a 1. Poucas horas antes da disputa na Ball Arena, Rodrigo Vicentini, head no Brasil da principal liga de basquete do mundo, disse ao NeoFeed que gostaria que a disputa chegasse ao jogo 7.
Em quadra, o pivô Nikola Jokic, eleito o melhor jogador das finais (MVP, na sigla em inglês), não permitiu que o desejo do head da NBA no País fosse atendido. Com o chapéu de executivo sobre o de esportista, Vicentini sabia do poder de mais jogos para a marca no Brasil. Neste ano, a NBA House, o maior espaço de ativação da liga fora dos Estados Unidos, deve receber 44 mil pessoas.
“A NBA nunca esteve tão quente no Brasil como está hoje. É o nosso oitavo ano com escritório aqui e nosso jogo nunca esteve tão bom”, diz Vicentini ao NeoFeed.
A temporada oficial da NBA terminou mas a liga continua “em quadra” no Brasil. Nos próximos dias, a liga americana de basquete fará mais uma pesquisa com o Ibope Repucom para medir o interesse pela marca no País. No ano passado, 46 milhões de pessoas se diziam fãs da NBA, um número que duplicou em três anos.
Neste ano, a expectativa é que os números seja ainda melhores. O filme Air, sobre a parceria Nike-Michael Jordan, é um sucesso na Amazon. E LeBron James entrou para a história do esporte ao quebrar o recorde de pontos, uma marca que havia sido estabelecida em 1984.
“Fazendo um paralelo com o futebol, a NBA é maior do que qualquer torcida de um time”, afirma Vicentini. “As marcas veem essa oportunidade. Eu sempre digo: entre em um supermercado que você vai encontrar a NBA em algum lugar.”
Nesta temporada, o escritório brasileiro da liga de basquete fechou a parceria com três marcas: os fast foods Burger King e Popeyes e a maionese Hellmann's, da Unilever. Vicentini não revela valores, mas diz que todos os contratos são de longo prazo e permitem ativações o ano todo.
Para justificar o interesse da NBA no País, o head da liga apresenta as inovações feitas nos últimos anos. Em meio à pandemia, eles criaram um curso digital gratuito para os profissionais de educação física se aperfeiçoarem na modalidade.
O conteúdo foi produzido tanto com os principais jogadores da NBA como pelos atletas brasileiros mais conhecidos. Vicentini diz que o projeto já impactou 5 milhões de pessoas.
Como parte desse investimento, a NBA está reformando quadras de basquete pelo país. A primeira foi apresentada no início deste mês, no Parque Villa-Lobos. O projeto conta com a colaboração de artistas locais para desenvolver os designs.
Junto a esse projeto chamado de NBA Station, as franquias estão com iniciativas próprias. Recentemente, o Cleveland Cavaliers reformou uma quadra no Beco do Batman, que fica no bairro paulistano da Vila Madalena.
“Muitos enxergam a inovação como algo ultra high tech, mas novas plataformas, como a NBA House, ou o investimento em ideias simples, como o curso e a reforma das quadras, fazem toda a diferença”, diz Vicentini.
Há cerca de 40 dias, a liga inaugurou em Gramado, no Rio Grande do Sul, o NBA Park. Esse é o primeiro parque temático fora de Nova York. São 15 atrações dedicadas ao basquete, com gastronomia, loja e experiências - uma tabela móvel sobe e desce para ajudar os “baixinhos” a sentirem a emoção de enterrar uma bola, por exemplo.
A localização foi pensada estrategicamente. Gramado é uma cidade com infraestrutura preparada para o turismo (são cerca de 6,5 milhões por ano, segundo a secretaria local) e está próxima da Argentina, um país apaixonado pela modalidade e que pode incrementar as receitas da NBA na região.
O Brasil chegou a ter nove atletas disputando a NBA em uma mesma temporada. Na última, eram apenas dois (Raulzinho e Didi, no Cavaliers). Em outubro, o Flamengo entrará em quadra contra o Orlando Magic, num projeto que visa ao intercâmbio dos times nacionais.
Ainda ligada às finais, a NBA House, localizada no Shopping Eldorado, ficará de portas abertas até o dia 18 para os fãs aproveitarem o espaço. Há uma sala espelhada com uma réplica do troféu da NBA para fotos “instagramáveis”. A ideia é ter a mesma emoção que o bilionário Stan Kroenke. Dono do time de futebol inglês Arsenal, ele não conseguiu levantar o troféu da Premier League, algo que Jokic entregou de bandeja.