A Aura Minerals anunciou nesta segunda-feira, 2 de junho, que fechou um acordo com a AngloGold para a compra de uma operação de extração de ouro em Goiás, um reforço ao portfólio num ano em que o guidance aponta para a produção de 266 mil a 300 mil onças de ouro.
O acordo prevê a compra da Mineração Serra Grande (MSG), proprietária da mina de ouro Mineração Serra Grande, localizada em Crixás, a 322 quilômetros de Goiânia, por US$ 76 milhões. O valor será pago com valores em caixa na data do fechamento, sujeito a ajustes. Alguns ativos da MSG que não detêm ativos relacionados à operação não estão inclusos na compra.
As partes acertaram também pagamentos de contraprestação diferida equivalentes a uma participação de 3% sobre os retornos líquidos de fundição, relativos à produção futura da operação que corresponder aos recursos minerais atualmente identificados da mina. Esses valores serão pagos trimestralmente.
A operação da MSG abrange três minas subterrâneas mecanizadas e uma mina a céu aberto, com uma planta metalúrgica dedicada que possui capacidade anual de processamento de 1,5 milhão de toneladas. De acordo com a AngloGold, em 2024, a MSG produziu 80 mil onças de ouro, abaixo das 86 mil onças de 2023.
Em nota, Rodrigo Barbosa, presidente e CEO da Aura, diz que dados da AngloGold mostra que Serra Grande produziu mais de 3 milhões de onças desde 1998, com um pico de produção de 193 mil onças em 2006.
“Com comprovado track record em agilidade, turnaround de operações (como Apoena e Aranzazu) e com uma equipe com profundo conhecimento prévio da Serra Grande, a Aura está estrategicamente posicionada para gerar o máximo valor potencial dessa mina”, afirma.
A Aura informou que o fechamento da transação está previsto para ocorrer no terceiro trimestre, e não devendo ultrapassar o quarto trimestre, dependendo da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a descaracterização em andamento de uma de barragem de rejeitos atualmente desativada e a conclusão da transferência dos ativos não envolvidos na compra.
A aquisição reforça o portfólio da Aura, composto por quatro operações, dois projetos de crescimento e outros dois de exploração. No primeiro trimestre, a produção totalizou 60.087 onças, queda de 7% em relação ao mesmo período do ano passado, por conta da diminuição do teor do mineral coletado.
Em entrevista ao NeoFeed em abril, Barbosa disse que espera cumprir o guidance de produção para este ano apoiado no ramp-up (início do processo produtivo) do projeto Borborema, no Rio Grande do Norte, e que será a quinta unidade produtiva da Aura.
As ações da Aura fecharam o pregão de sexta-feira, 30 de maio, com queda de 2,71% na Bolsa de Toronto, a 31,18 dólares canadense (US$ 22,67). No ano, os papéis acumulam alta de 73,7%, levando o valor de mercado a 2,3 bilhões de dólares canadense (US$ 1,7 bilhão).